BIBLIOGRAFIA MUSICAL




Este blog faz parte da Web Rádio talentos br e disponibiliza dezenas de títulos ligado a MPB. A disponibilização é feita periódicamente e queremos até o final de 2020 obter a meta de 500 títulos. Nossa intenção é ser uma fonte de pesquisa para profissionais da área. A talentos br também abre espaço para os leitores e ouvintes enviarem sugestões de títulos.



Chico Amaral é músico, compositor e letrista. Tem parcerias com grandes artistas brasileiros como Milton Nascimento, Ed Motta, Lô Borges, Beto Guedes e Erasmo Carlos e músicas gravadas por eles. Letrista de sucessos do Skank, tocou com a banda, durante oito anos, em turnês nacionais e internacionais. Tem o saxofone como instrumento principal e, atualmente, se dedica à música instrumental, participando de gravações e se apresentando em festivais e shows pelo país. Recentemente, lançou os CDs Singular e Província. Foi cronista dos jornais Estado de Minas e Correio Brasiliense.


Texto e contexto, letra e música, gravação e interpretação, história macro da sociedade brasileira e história micro de um grupo, marginalidade e integração, regional, nacional e internacional, luta política e indústria cultural, censura, mercado e Estado, criatividade e padronização, tudo isso aparece muito bem costurado no livro, revelando o talento da autora para - ao estudar o Clube da Esquina em geral e alguns discos de Milton Nascimento em particular - dar conta do movimento contraditório da sociedade brasileira de uma época. Com delicadeza e elegância, que convivem com a inquietude do texto, são desenvolvidas análises inovadoras que atiçam o leitor a concordar ou discordar das formulações propostas.


"Este livro conta a trajetória da criação do disco "Clube da Esquina", que surgiu da parceria entre os cantores e compositores Milton Nascimento e Lô Borges. As canções que celebram a amizade, além do amor à terra, carregam o espírito de Minas Gerais, onde começaram, na década de 1960, os encontros do grupo de amigos em torno da música. Lançado em 1972, "Clube da Esquina" foi gravado num momento em que a criação artística explodia nas brechas de um país mergulhado na ditadura. Nomes como Márcio Borges - o irmão mais velho de Lô -, Fernando Brant, Ronaldo Bastos e Beto Guedes também faziam parte do núcleo criativo do disco que juntou gerações para compor um som original e autêntico, marcando a trilha sonora dos anos 1970."



Histórias do Clube da Esquina traz para os quadrinhos a história do famoso movimento musical vindo de Minas Gerais encabeçado pelo cantor e compositor Milton Nascimento e toda uma geração de músicos e poetas como Márcio Borges, Fernando Brant, Ronaldo Bastos, Toninho Horta, Lô Borges, Beto Guedes, Wagner Tiso, entre outros. A história do Clube da Esquina é contada nos quadrinhos pelos próprios protagonistas do movimento musical, passando pelos anos 60, 70, 80 e 90. Além das aventuras vividas pelos artistas, há histórias de algumas composições clássicas como “Para Lennon e McCartney”, “Travessia” e de discos como “Milagre dos Peixes”, e mesmo figuras folclóricas de Minas Gerais que inspiraram canções como “Dona Olympia”. Os quadrinhos foram desenvolvidos pelo desenhista Laudo Ferreira inicialmente para o site do Museu Clube da Esquina em 2008 com 15 páginas que também entraram nessa edição.


Romance de geração, memórias de um Brasil conturbado e trágico, mas culturalmente rico? Autobiografia política e artística de um grupo - os músicos mineiros que romperam as fronteiras com sua arte universal? Biografia não-autorizada de Milton Nascimento, um dos maiores músicos do mundo? É dificíl classificar este livro, do qual Milton Nascimento é o personagem central. Como num filme delicado e arrebatador, o poeta e publicitário Márcio Borges, primeiro parceiro de Milton, reconstrói com paixão a história do país nos últimos 30 anos, a partir das lembranças dos meninos que um dia se encantaram com a música. Comovente, sensível, capaz de fazer vibrar e chorar, Márcio Borges nos surpreende com um livro encantador.


A história de sambas-enredos consagrados pelo gosto popular ao longo dos anos O mais antigo samba é de 1964; o mais recente, de 1993. Em forma de deliciosas crônicas, o autor destaca como o talento do compositor popular contribuiu para a glória do carnaval carioca, evidenciando as circunstâncias em que os sambas nasceram, cumpriram a sua finalidade na avenida e tornaram-se imortais, uma vez que são lembrados até hoje. O enredo do meu samba valoriza a cultura do samba-enredo, produto incontornável do encontro, do diálogo, das parcerias, do movimento orgânico dos terreiros, das quadras cheias e das disputas emocionantes pela vitória.



Este livro, além de oferecer informações técnicas ao estudioso de música, contribui para o enriquecimento do acervo da literatura sobre o assunto no Brasil. É uma obra leve e de fácil entendimento, inclusive para iniciantes. Obra fundamental para quem procura aprimoramento musical.


Durante 25 anos, Arthur Dapieve manteve, no jornal O Globo, uma coluna sobre sua grande paixão: a música. Desse baú de textos, foram selecionadas as cem crônicas que compõem este livro, dividido em cinco partes que acompanham o percurso afetivo-musical do jornalista. O rock, que o arrebatou na adolescência, conforma a primeira parte; a segunda transita pelo rock nacional, batizado por ele de BRock; a terceira é dedicada à música popular brasileira e latina; a quarta representa sua descoberta dos ritmos da black music; a quinta é uma exaltação à música clássica, atualmente a mais ouvida pelo autor. Nesse percurso, que muitas vezes esbarra no do leitor, "Do rock ao clássico" se constrói como um diário de ótimas histórias, contadas por uma atenta testemunha auricular da cena musical nas últimas décadas.


A biografia definitiva de uma das cantoras mais amadas do Brasil! Elis vivia a música intensamente, mas também amava loucamente. Considerada por alguns críticos como a melhor cantora brasileira, Elis Regina deixou, em sua breve vida - interrompida aos 36 anos por uma overdose de álcool e cocaína - músicas que se tornaram hinos de gerações como “Arrastão”, “Como os nossos pais”, “Madalena”, “O Bêbado e o Equilibrista”, “Alô, alô Marciano”, entre outras, e influenciou, com seu estilo único, grande parte dos músicos brasileiros. Nas mais de 240 páginas de Furacão Elis - incluindo a discografia completa da cantora em ordem cronológica – Regina Echeverria relata a trajetória não apenas da música e de uma das cantoras brasileiras mais populares dos últimos anos, mais de um país, que tinha na voz da Pimentinha um motivo para protestar.



Sabotage é um artista que reúne a rara combinação da fineza e simplicidade de um papel de seda. Filho de dona Ivonete e seu Júlio, era irmão caçula de Paulinho e Deda. A esferográfica o atraía mais que a bola no campinho na favela do Canão onde cresceu. Casou com Dalva, teve três filhos: Wanderson, Tamires e Larissa. Viveu em meio à criminalidade e a fama, o descaso e o sucesso. Rap é Compromisso, de 2001, seu único disco em vida, é um marco para o Hip-Hop brasileiro. O Rap ele misturou com Samba, Rock, Eletrônico. Atuou em grandes filmes e colecionou prêmios. Foi violentamente assassinado em 2003 no auge de sua carreira. Dez anos depois, ressurge nessa biografia, só para provar a frase que junto com ele se eternizou: "Rap é Compromisso, não é viagem!"


Se você gosta de música, O Livro de Ouro da MPB, de Ricardo Cravo Albin, é uma ótima sugestão. Uma coletânea de biografias de nomes de nossa música, desde a sua origem, até os dias de hoje.


Feitiço decente já nasce com a marca "referência obrigatória" no âmbito da história da música popular brasileira. O leitor verá como se deu a passagem de um tipo de samba pré-1930 – cujo representante maior seria "Pelo tefone" – para o que hoje consideramos como o samba "clássico" carioca. Ao combinar análise sociológica, literária e musical, Carlos Sandroni traça também um vasto panorama da música de inspiração afro-brasileira no Rio de Janeiro, começando pelos lundus oitocentistas e passando por fados, polcas e maxixes – até chegar à casa de Tia Ciata, na Praça Onze, onde entre a sala de jantar e a sala de visitas, o samba carioca ensaiou seus primeiros passos. "Uma pesquisa de fôlego, doravante leitura obrigatória tanto para quem se interessa pelo assunto sem maiores compromissos quanto para os estudiosos que almejem um aprofundamento." Do prefácio de Walnice Nogueira Galvão


Este livro relata um pouco a historia, seus principais artistas, um pouco do MPB regional e depoimento de alguns amantes deste estilo.


O Brasil adora as canções românticas de Dolores Duran, mas sempre soube muito pouco a respeito da artista, que morreu, aos 29 anos, vítima de um enfarte do miocárdio, em outubro de 1959. Suas gravações sumiram das rádios, mas suas poucas e belas composições nunca pararam de ser regravadas. Agora esta lacuna está sendo finalmente preenchida com o lançamento do livro Dolores Duran: A noite e as canções de uma mulher fascinante, escrito pelo jornalista, produtor e pesquisador musical Rodrigo Faour. O livro é uma pesquisa de fôlego. Foram mais de 70 entrevistados, entre os que conviveram com a artista e os seus admiradores, que ajudaram a imortalizar sua obra até o presente; centenas de citações de seu nome na imprensa, desde o seu surgimento no mundo artístico em 1942 como atriz mirim.


Neste volume com 62 músicas, destacam-se: Água de beber, Até parece, Atrás da porta, Balanço Zona Sul, Brigas nunca mais, Caminhos cruzados, Canção do amor demais, Consolação, Deixa, Dindi, Estrada do sol, Eu sei que vou te amar, Feio não é bonito, Influência do jazz, Inútil paisagem, Maria Ninguém, Mas que nada, Meditação, Minha namorada, Mocinho bonito, O barquinho, Pra que chorar, Preciso aprender a ser só, Retrato em branco e preto, Samba de uma nota só, Samba em prelúdio, Saudade fez um samba, Só em teus braços, Só tinha de ser com você, Tem dó e Você.



Neste volume com 61 músicas, destacam-se: A noiva da cidade, Águas de março, Ana Luiza, Apelo, Berimbau, Bye bye Brasil, Canção do amanhecer, Chove chuva, Desafinado, Este seu olhar, Eu e a brisa, Faz parte do meu show, Feitinha pro poeta, Fim de noite, Garota de Ipanema, Ilusão à toa, Lobo bobo, Manhã de carnaval, Marcha da quarta-feira de cinzas, O que é amar, O que tinha de ser, Rapaz de bem, Sabe você, Samba da bênção, Samba do carioca, Se é tarde me perdoa, Só danço samba, Telefone, Trocando em miúdos e Vagamente.


Dentre as 50 canções incluídas neste volume, destacam-se: Alegria, alegria, Aos pés da cruz, Aquarela do Brasil, Aquele abraço, As rosas não falam, Ave-Maria no morro, Beatriz, Brasil pandeiro, Caçador de mim, Chão de estrelas, Chuvas de verão, Começar de novo, Conversa de botequim, Da cor do pecado, Desafinado, Eu e a brisa, Falsa baiana, Festa do interior, Foi um rio que passou em minha vida, Gente humilde, Gita, Luar do sertão, Mania de você, Meu erro, Nada além, O barquinho, O cantador, Se acaso você chegasse, Tarde em Itapuã, Travessia, Tristeza de nós dois e Valsa de uma cidade.




Dentre as 51 canções incluídas neste volume, destacam-se: Águas de março, Ai! Que saudades da Amélia, Andança, A noite do meu bem, Apelo, Asa branca, Atrás da porta, Barracão, Canta Brasil, Carinhoso, Casa no campo, Chega de saudade, Cidade maravilhosa, Começaria tudo outra vez, Detalhes, Disparada, Flor-de-lis, Folhas secas, Garota de Ipanema, Madalena, Manhã de carnaval, Marina, Minha namorada, No Rancho Fundo, O bêbado e a equilibrista, O teu cabelo não nega, Ouça, Ronda, Samba de verão, Se você jurar, Todo o sentimento, Trem das onze, Último desejo e Viagem.



Um samba diferente, com um quê de experimentação, feito a partir de um ostinato (frase que se repete seguidamente ao longo da composição), tocado no violão com acompanhamento nada convencional dos metais e do piano. Era a primeira vez que eu via Paulinho da Viola e sua banda ao vivo e aquele samba me chamou a atenção dentro do repertório repleto de clássicos. Passei o show todo me perguntando que música era aquela. Mais tarde, no camarim, com a elegância que lhe é peculiar, Paulinho me disse: “esta é uma composição minha e chama-se ‘Roendo as unhas’. Foi uma experiência que fiz na época, acabou ficando desse jeito. Pertence a um disco meu dos anos 70, muito importante pra mim, chamado Nervos de Aço”. Entrevistas integrais de Paulinho da Viola e Monarco feitas para programas "Som do Vinil"


Muitas vezes ouvimos uma música que menciona uma mulher e ficamos pensando em quem seria aquela mulher, como ela se sentia ao ser a musa de uma música de tanto sucesso. Afinal, quem é a Anna Julia da música homônima da banda Los Hermanos? Quem é a Preta, Pretinha da canção dos Novos Baianos? Rosane Queiroz aprofundou-se na pesquisa e traz a identidade dessas e mais outras musas da MPB, revelando muitas curiosidades de inspiração.


Zé Rodrix foi um personagem enigmático da música brasileira nos anos 1970. Com a lendária banda Som Imaginário foi protagonista do flerte da MPB com o rock. No trio com Sá e Guarabyra fundou o estilo que seria chamado de Rock Rural. Com a gravação de Elis de Casa no Campo, estourou em todas as paradas. E teve uma carreira solo de enorme sucesso. Num dado momento, como se entenderá nas páginas do livro, parou tudo. Se retirou do mercado fonográfico por decisão própria, direcionou seu talento para o jingle publicitário (e mil projetos mais) e foi um dos grandes do Brasil nessa seara. Ingressou na maçonaria e escreveu uma trilogia de fôlego sobre a sua história, onde demonstrou também uma afiada verve literária. Isso tudo seria pouco para a personalidade “fabulosa” e inquieta desse artista brasileiro, que dá o tom do livro. O texto de Toninho Vaz faz um check up geral nessa trajetória hiper produtiva, provocadora e cativante, e vai encher de alegrias e surpresas as mais diversas e saudosas plateias do Brasil.


Mais um sucesso do Lobão, destaque na respeitada lista da revista Veja (edição 201324)Leia, antes de bater.É certo que muita gente vai criticar este livro só de orelhada, a partir de frases tiradas do contexto e de uma visão estereotipada de seu autor. Metralhadora giratória, reacionário, falastrão, do contra, os rótulos escorregam sem colar nessa alma indócil que se dá ao direito de questionar tudo e todos neste Manifesto sobre uma grande Terra do Nunca chamada Brasil.Com a inteligência e ironia desconcertantes que são bem conhecidas de seus leitores, Lobão mostra que suas ideias são muito mais coerentes e profundas do que seus detratores temem reconhecer. Foram meses se debruçando sobre uma bibliografia eclética, que se recusa a seguir o caminho daqueles que só leem por uma cartilha. E outros tantos anos se aventurando por um Brasil profundo que os intelectuais de gabinete desconhecem, narrados com uma sagacidade e humor que aproximam algumas das páginas deste Manifesto estético e político do melhor jornalismo gonzo já publicado no país. Tudo isso para desmascarar os vícios da formação cultural brasileira com argumentos que não podem ser reduzidos a uma análise simplista, desatenta ou preconceituosa.Se, em seu primeiro livro, Lobão falou de sua vida, agora mergulha seu pensamento sem amarras em águas profundas. Para ele, não há ideias nem mitos intocáveis. Sobra para todo mundo. As vítimas? Uma inteligência burra, uma aristocracia estatizada, uma comissão da inverdade, uma MPB de proveta e muitas ideias pré-fabricadas."Pra ser bom, é preciso ser cruel", avisa Lobão já no prólogo, um surpreendente poema-manifesto. Mas jamais inconsequente. Uma das características mais marcantes do livro é tratar todo e qualquer adversário com gentileza e generosidade. Como no genial diálogo que o autor trava com o Manifesto antropófago, de Oswald de Andrade."Não li e não gostei" é muito fácil de dizer.


Depois que "A Banda" dobrou a esquina do distante 1966, a vida de um jovem músico chamado Chico Buarque de Hollanda nunca mais foi a mesma. Nem a Música Popular Brasileira. Suas canções foram o hino das grandes transformações sociais e políticas do país e a trilha sonora que embalou os desejos mais ardentes de antigos e futuros amantes. Em músicas, peças e livros, Chico deu voz a sonhos e desilusões, ideais e malandragens do povo brasileiro, deixando seu nome definitivamente escrito como um dos artistas mais talentosos e amados da nossa história cultural.Para recriar a trajetória de Chico Buarque, este livro biográfico reúne fotos, manuscritos, reportagens e correspondências deste personagem singular: quem foram suas primeiras referências, como era o ambiente cultural e social em que ele cresceu e, principalmente, quem foram os parceiros e amigos com quem abriu novos caminhos criativos. O conjunto de documentos, personagens e histórias pessoais recompõe a atmosfera em que foram criadas as obras de Chico, para o leitor melhor seguir sua jornada. Embrenhados nas páginas do livro e na história de Chico Buarque estão mestres e referências, como Ataulfo Alvez e Dorival Caymmi; amigos e parceiros como o "maestro soberano" Tom Jobim, Vinicius de Moraes, João Gilberto, Edu Lobo, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Milton Nascimento, Miúcha, Nara Leão, Maria Bethânia, Augusto Boal e Ruy Guerra, entre tantos outros que mantiveram o diálogo criativo que engendrou a obra buarquiana. Obra que se mistura diretamente com a vida, numa jornada que ecoa toda a efervescência cultural brasileira das últimas décadas.


Entrevistas integrais para o programa "O som do vinil". Antigos fantasmas permaneciam encastelados em Brasília. Em meados dos anos 1980, vivíamos sob a ameaça de uma distopia que se seguia com autoridade… Naquele ambiente, poucas bandas do BRock tiveram uma visão tão lúcida quanto a Legião Urbana. Corajosa, poética e visceral, sua música capturou com precisão os anseios e contradições daquela geração - e das que viriam depois. Lançado em julho de 1986, o segundo LP, intitulado simplesmente Dois, invadiu as rádios do país e foi totalmente abraçado pelo público. Era, porém, um sucesso diferente, onde canções íntimas se revezavam com a verve politizada da Legião. Dois tornaria-se um dos discos mais relevantes da história do rock brasileiro.


Neste livro, organizado pelo escritor Ricardo Kelmer e lançado em 2016, catorze autores cearenses reuniram-se para homenagear um ídolo em comum: o poeta, cantor e compositor Belchior. Inspirados em suas canções, eles escreveram contos, crônicas e cartas em que exploram o universo da obra e da vida do conterrâneo, que marcou a música brasileira com seu talento e originalidade e também com sua surpreendente decisão de afastar-se da vida artística.

Estão presentes temas como o amor, a paixão, o sexo, a arte, a liberdade, a política, a solidão e a violência das cidades, a opressão do sistema sobre o indivíduo e o sentido da existência. Alguns textos mesclam fatos biográficos de Belchior com a vida dos próprios autores, enquanto outros exercitam possibilidades ficcionais com personagens inspirados em suas canções ou tendo o próprio homenageado como protagonista, levando o leitor a uma interessante imersão literária na vida e na obra do artista.

Homenagear Belchior num livro em que se abraçam música e literatura é uma forma de reconhecer a relevância e a profundidade de sua obra, que, feito um caleidoscópio, nos traz novos significados a cada vez que olhamos melhor para ela.


Solano Ribeiro foi ninguém menos que o criador dos festivais de MPB que mudaram os rumos da música brasileira nos anos 60 e 70. Este é seu depoimento histórico e eletrizante de uma época que revolucionou o país. Ilustrado com dezenas de fotos e prefaciado por J.B de Oliveira Sobrinho, o Boni, o livro traz um CD com 14 dos grandes sucessos dos festivais, como a gravação rara de É proibido proibir, em que Caetano brada com Os Mutantes contra a pressão da música de protesto.


Era 29 de setembro de 1968. Dali a poucos meses, o AI-5 radicalizaria a ditadura e a repressão. Foi nesse contexto que Chico Buarque levou a pior vaia de sua vida ao lado de Tom Jobim em pleno Maracanãzinho lotado. O público do II Festival Internacional da Canção rejeitava a música "Sabiá", composta pelo jovem Chico e pelo "maestro soberano", vista como por demais "lírica", incondizente com o Brasil que caminhava para uma revolução. Segundo Chico, a vaia que tomou era de "fazer inveja ao pilantra Carlos Imperial". Quase um ano depois, Wilson Simonal era ovacionado no mesmo Maracanãzinho, regendo um coro de 30 mil vozes. Vivia-se o auge da Pilantragem, apogeu de um movimento cultural que transformou o cantor num ídolo popular, superando as barreiras da MPB universitária. Em 1969, ele era o artista símbolo do Patropi. Simonal cantava a alegria do "País Tropical abençoado por Deus e bonito por natureza", e sua empolgação era compartilhada por "90 milhões em ação". Um de seus bordões mais repetidos era "Alegria, alegria". Depois de quase quarenta anos exilado em seu próprio país, acusado de dedo-duro da ditadura dos anos 1970, o cantor foi reabilitado recentemente. Longe de buscar respostas instrumentalizáveis por discursos tolos, Quem não tem swing morre com a boca cheia de formiga pretende explodir as questões em múltiplos sentidos. Partindo da trajetória de Wilson Simonal, as linearidades das políticas da memória se corroem diante dos paradoxos e das ambiguidades da época.



Balanço da Bossa e Outras Bossas é um livro pioneiro. Porém mais do que um debate, de um discurso e de uma avaliação, que chegariam a sua plenitude somente no curso de seu desenvolvimento, estão aqui reunidos, nos textos de Augusto de Campos, mas também nos de Brasil Rocha Brito, Júlio Medaglia e Gilberto Mendes, uma pauta cuja instigante abordagem retém o vigor de sua atualidade. A moderna música popular brasileira se faz ler aqui na reflexão a seu respeito e, não menos, nos depoimentos de algumas de suas vozes mais expressivas, como as de Caetano Veloso e Gilberto Gil. E este percurso, que é uma antevisão de uma realidade hoje plenamente visível, completa-se com alguns destaques pontuais, mas significativos, das ressonâncias da música contemporânea de vanguarda na arte da MPB. Misturando Charles Ives e Lupicínio Rodrigues, Anton Webern e João Gilberto, Augusto de Campos avança, com a audácia e a profundidade que lhe são características, a tese, então polêmica e hoje amplamente acolhida, sobre a interação entre a música popular e a música erudita, antes e depois da queda das barreiras de formalismos cultuados até recentemente. J.G.


Organizada pelo contista, romancista e ensaísta Flávio Moreira da Costa, Aquarelas do Brasil mostra a interação entre a música popular e a literatura brasileira em 33 obras-primas da narrativa curta. Pioneira e criativa, esta é uma antologia que canta em prosa nosso Brasil brasileiro e por isso já no título homenageia uma de nossas músicas mais famosas. Como um acorde de Pixinguinha ou o samba de Ary Barroso, a reunião destes textos é um belo e comovente retrato de nossa cultura musical e literária e encontra sua harmonia em meio a ritmos diversos, inspirada em coisas nossas e outras bossas. O livro conta com textos de: Machado de Assis, Olavo Bilac, Manuel Antônio de Almeida, Lima Barreto, Arthur Azevedo, Raul Pompeia, João do Rio, Eduardo Campos, Inglês de Souza, Sérgio Sant'anna, Bernardo Élis, Alcântara Machado,Nei Lopes, Inácio Peixoto, Ribeiro Couto, Aníbal Machado, Marques Rebelo, Magalhães de Azeredo, João Antônio, João Gilberto Noll, Carlos Jurandir, Jaime Prado Gouvêa


Um dos mais autênticos gêneros musicais brasileiros, o forró tem uma história cheia de episódios marcantes. Nascido a partir da mistura de ritmos nordestinos como baião, xaxado, coco, arrasta-pé e xote, existe há sete décadas, sobrevivendo aos muitos modismos. O fole roncou! reconstitui sua trajetória e revela histórias curiosas e divertidas de grandes nomes da música popular, como Luiz Gonzaga, personagem central dessa trama; Jackson do Pandeiro, Marinês, Dominguinhos, Trio Nordestino, Genival Lacerda, Anastácia, Antonio Barros e Sivuca. Os autores realizaram mais de 80 entrevistas e uma ampla pesquisa. O resultado é um livro cheio de histórias contagiantes, marcadas pela sanfona, por muito suor e chamego.


É impossível contar a história da música brasileira e do próprio país sem mencionar o nome de Angela Maria. Sua popularidade assombrosa a fez colecionar recordes ao longo da vida: milhares de discos vendidos, mais de cinquenta canções em parada de sucessos, centenas de troféus, mais de 250 capas de revistas, um sem-número de críticas semanalmente na imprensa, e o próprio tempo de carreira – cerca de 65 anos ininterruptos gravando e se apresentando com casa cheia...

Mas, até que se tornasse a cantora mais popular do Brasil e o "maior salário do rádio" de seu tempo, Angela Maria enfrentou uma infância miserável e uma terrível resistência dos pais religiosos. Depois, já famosa, foi do céu ao inferno em sua vida pessoal, ludibriada por maridos-empresários. Entretanto, com uma incrível capacidade de superação, sobreviveu a tudo, inclusive aos mais diversos modismos musicais, tornando-se um mito da cultura nacional e influenciando inúmeros intérpretes.

Neste seu novo grande trabalho de pesquisa e narrativa biográficaRodrigo Faour nos apresenta em detalhes a impressionante trajetória desta grande cantora.


Como o samba, música de morro discriminada pelo resto da população e reprimida pela polícia, transformou-se em símbolo da identidade nacional? Ao mostrar que a nacionalização do samba não consiste em fato isolado – sendo resultado de longo processo de interação entre grupos sociais –, Hermano Vianna verifica que essa "virada" se deu em momento decisivo de nossa história: as décadas de 1920 e 30, quando inaugurava-se uma ideia de brasilidade. Nesse livro, a possibilidade de transformação do samba, e das outras formas da cultura popular mestiça, em motivo de orgulho nacional é vista como parte essencial, talvez mesmo principal, de um processo que confere originalidade e vigor à totalidade da cultura brasileira.



O sexto LP de Egberto Gismonti redefiniu a paisagem sonora de toda uma geração, no inicio dos anos 70: se você era do rock, ele redirecionava você pro jazz; se você era do jazz, ele levava você pra MPB; se você era da MPB, ele lhe recomendava a música clássica; se você era da música clássica, ele reenviava você direto pro rock ― um moto-contínuo. Sou um dos que deve muito a este disco e à obra de Egberto Gismonti – Academia de Danças é um divisor de águas – realinhou a percepção, balanceou os ouvidos e derrubou barreiras, preconceitos e padrões que a cultura pop e seus respectivos veículos erguem, que nos impediam de seguirmos livres ideologicamente.


Raimundo Fagner: quem me levará sou eu conta a história pessoal e profissional do cantor e compositor cearense que começou a carreira nos anos de 1970 e até hoje arrebata multidões. Com uma narrativa saborosa, Regina Echeverria acompanha o crescimento do menino Raimundo em Fortaleza e Orós, desde seus primeiros passos na carreira, passando pela ida a Brasília para uma faculdade de Arquitetura, até a decisão de largar tudo e seguir cantando no Rio e em São Paulo. O sucesso chega rápido, mas não sem percalços. Trilhando seu caminho, estabelece inúmeras parcerias, vê suas músicas serem gravadas por grandes nomes nacionais e internacionais, lança incontáveis hits e entra de uma vez por todas na galeria dos maiores artistas da MPB.


Biografia de um dos maiores nomes da MPB. Em Travessia: a vida de Milton Nascimento, a jornalista Maria Dolores conta a vida de Bituca - apelido do cantor -, desde o seu nascimento, passando pela cidade de Três Pontas, em Minas Gerais, onde foi adotado, até os dias em que alcançou o reconhecimento artístico. Uma belíssima biografia, repleta de dramas e superações, que, de tão envolvente, pode ser lida como romance. A autora fala dos discos consagrados por público e crítica, dos inúmeros shows pelo Brasil e pelo mundo e das parcerias com músicos como Wayne Shorter, Pat Metheny, Peter Gabriel, Gal Costa, Carlinhos Brown, Gilberto Gil e Elis Regina. O livro é, principalmente, um tributo à música de Milton Nascimento, definida por ele mesmo como um sincretismo de estilos, no qual mistura jazz, blues, rock e música latina, e temas, como sua terra, Minas Gerais, a negritude e o cristianismo.


O livro resgata a memória dentro da música brasileira carcterizado pelas mensagens de cunho sócio-político e que teve nos festivais da década de 60 um espaço privilegiado para sua constituição e desenvolvimento. Os festivais cujo período áureo foram de 1965 a 1968 abriram espaço para a apresentação de jovens compositores e intérpretes que se consagraram com canções que traziam muito das preocupações daquela época em que a música era um veículo de denúncia e crítica dos problemas existentes provocando a uma reflexão acerca das arbitrariedades sócio-políticas e contribuindo para uma politização maior do seu público. Em 1969 com o endurecimento da censura e da repressão os festivais abriram espaço para outros talentos e outras composições já muito esvaziadas dos atributos que os marcaram até 1968.



Carlos Calado conta a trajetória do movimento que mudou a MPB por meio de uma abrangente reconstituição histórica baseada em entrevistas, farta pesquisa em arquivos e material iconográfico em grande parte inédito. "O que se tem, então, é uma história radiante, que faz o leitor enveredar pela cultura pop brasileira nos anos de 67 e 68." (Pedro Alexandre Sanches, Folha de S. Paulo)


A canção no tempo apresenta a história de nossa música popular por meio de suas composições mais representativas. Este segundo volume começa com o surgimento da bossa nova, em 1958, e se estende até 1985, passando por movimentos como a Jovem Guarda e o tropicalismo. No período se consagraram os grandes nomes da moderna MPB: Tom, Vinicius e João Gilberto (a santíssima trindade da bossa nova); Edu Lobo, Elis, Chico Buarque, Nara, Caetano, Gil, Bethânia, Gal, Milton Nascimento e Paulinho da Viola (surgidos na era dos festivais); Roberto e Erasmo Carlos (egressos da Jovem Guarda); Cartola e Nelson Cavaquinho (velhos sambistas redescobertos); e uma vertente mais pop que inclui Jorge Ben, Mutantes, Novos Baianos, Tim Maia, Raul Seixas, chegando até Renato Russo e Cazuza. Esta edição, revista e ampliada, traz 30 novas composições em destaque, totalizando 341 canções comentadas no volume.



Tom Jobim foi muito mais do que um dos maiores nomes da música popular de todos os tempos. Ao extraordinário compositor, músico e orquestrador, reconhecido mundialmente, somava-se uma personalidade tão fascinante e multifacetada como sua obra. De sua atilada inteligência saíram observações definitivas sobre o Brasil e seus costumes. Assim como suas criações levaram a canção brasileira a experimentar inédita projeção internacional, angariando respeito e admiração de alguns nomes fundamentais da música. Nesta biografia completa de Antonio Carlos Jobim, seu amigo e jornalista Sérgio Cabral nos aproxima amorosamente do universo de nosso "maestro soberano".



Com prefácio assinado pelo escritor Paulo Coelho e apresentação do jornalista e escritor Nelson Motta, Essa tal de Bossa Nova reúne histórias da música brasileira contadas por Roberto Menescal, um dos criadores da Bossa Nova. O livro é divido em dois momentos, o primeiro dedicado às histórias da Bossa Nova, e o segundo às histórias da MPB vividas por Menescal no período em que foi Diretor Artístico da PolyGram. As histórias de Menescal trazem os primeiros encontros entre aqueles que viriam a ser os protagonistas de um dos mais importantes movimentos da música mundial, os bastidores do histórico show no Carnegie Hall e o impacto daquela noite nas vidas dos envolvidos com o movimento. Esse evento mudou os rumos do gênero musical que nascera anos antes na timidez do apartamento de Nara Leão, musa da Bossa Nova. Maysa, Astor Piazzola, Roberto Carlos, Dorival Caymmi e Villa Lobos são alguns dos personagens dessas histórias.


Dona de um timbre único, tons de grave e uma forma de interpretar sem igual, Elisete Cardoso foi uma das cantoras brasileiras mais importantes da história da MPB. Pioneira da bossa nova, foi a primeira cantora popular a interpretar Villa-Lobos no Teatro Municipal e também foi responsável pela consagração de esquecidos sambistas. Neste livro, Sérgio Cabral, um grande conhecedor e amante da música brasileira, narra a trajetória de vida daquela que se consagrou como uma das grandes intérpretes do gênero samba-canção.

Este livro é um guia para leitura tanto da moderna música popular brasileira quanto das transformações por que passou a poesia no Brasil desde o Modernismo de 1922. O autor estabelece paralelo entre a estética parodística do Modernismo e o samba de Noel Rosa, considera a poesia e a música ufanista do tempo de Vargas, aproxima o samba-canção e o bolero da chamada geração 45, retoma o paralelo entre bossa nova e vanguardas, passa pela renovação tropicalista e aborda a chamada "poesia marginal"que surgiu nos anos 70. Aqui estão pioneiros estudos sobre Caetano Veloso e Chico Buarque e uma antologia didática dos principais movimentos de nossa poesia entre 1922 e 1973.

Agora em nova edição pela Nova Alexandria, este livro, que se tornou bibliografia obrigatória para quem se interessa por poesia e música, traz algumas modificações em relação às edições anteriores.


Em novembro de 2006, Paulo Cesar de Araújo lançou Roberto Carlos em detalhes, primeira biografia de fôlego do maior ídolo da música brasileira. A recepção imediata do livro foi proporcional ao tamanho da empreitada. Em poucos dias, ele ganhava resenhas entusiasmadas e atingia a lista de best-sellers. Não foi para menos: o trabalho consumiu dezesseis anos de pesquisa, contou com centenas de entrevistas com as maiores personalidades da MPB e figuras-chave na vida do cantor, e condensava em uma narrativa ágil e equilibrada todo o percurso do ícone da Jovem Guarda.

Mas a boa onda duraria pouco. Em sua coletiva de Natal daquele ano, Roberto Carlos reagiu com virulência quando indagado sobre o livro. Acusando o autor de invadir sua privacidade, disse que o caso já estava com seus advogados, que em breve entrariam na Justiça para impedir a circulação da biografia. Em 10 de janeiro de 2007, o rei de fato bateu às portas dos tribunais contra o autor e sua então editora. Foi o início de uma rumorosa batalha judicial, dolorosíssima para todas as partes, e também de uma das mais graves agressões à liberdade de expressão na história brasileira recente.

A reação que se seguiu à notícia de que Roberto Carlos propusera ações nas esferas cívil e criminal contra Paulo Cesar - que resultaram na apreensão do livro - ocupou os principais veículos de comunicação do país e alguns no exterior. A polêmica envolveu não só personalidades da política, da cultura e das artes no Brasil, como pessoas comuns, que comentavam avidamente o caso, em redes sociais, blogs, praças, praias, bares. Nunca antes o debate sobre a proibição de uma obra alcançou tamanha repercussão no país.

O livro conta a história interna dessa história. Os detalhes, os bastidores. Trata de música e censura. De artistas e advogados. De entusiasmo juvenil e audiências judiciais. Da busca por fontes e negativas. Da luta entre liberdade de expressão e controle da informação. É, antes de tudo, a história de um biógrafo que tenta encontrar sentido nos anos dedicados a estudar a trajetória de seu ídolo na música brasileira. É uma história ainda sem ponto final, mas sobretudo por isso necessária, que deve ser lida por todos os que se interessam pela discussão em torno da liberdade de expressão em nosso país.



Quem foi Geraldo Vandré ? Por que ele se tornou amado pelo público e odiado pelos militares na ditadura? Por que sua canção se tornou um hino - Para não dizer que não falei das flores - Caminhando - jamais esquecida durante décadas? O que aconteceu com ele no exílio e depois que retornou ao Brasil? Gênio? Louco, por causa das torturas?

Nesta biografia emocionante, crucial e NÃO AUTORIZADA, Jorge Fernando dos Santos conta a história da vida e da obra deste artista que se tornou ícone da canção brasileira no auge dos "anos de chumbo", mas acabou se afastando dos palcos, para a perplexidade dos fãs.



Esse primeiro volume cobre o período de 1964 a 1989, época crucial na elaboração, formatação e evolução das telenovelas, e na maneira de se criar canções para as tramas, com várias fases distintas. seus autores Guilherme Bryan e Vincent Villari comentam todas as trilhas musicais de produções teledramatúrgicas que já foram comercializadas no Brasil. Através deste detalhado inventário, explicam também de que maneira as canções foram fundamentais para estabelecer a teledramaturgia como um dos maiores ícones da cultura pop brasileira, com qualidades e apuro técnico reconhecidos mundo afora; e como essa produção, realizada em ritmo industrial, se tornou uma importante vitrine para os artistas da música brasileira e para o sucesso de uma música.


"Uma pessoa é o que a sua voz é", escreveu certa vez Fernanda Montenegro em um bilhete para a cantora Simone. O livro Nara Leão: Trajetória, engajamento e movimentos musicais, escrito pelo historiador Daniel Lopes Saraiva, comprova que sim - mas acrescenta que uma pessoa também é o que outras vozes dizem. Recuperando depoimentos de jornalistas, críticos e colegas de profissão e provocando narrativas de artistas, parceiros, amigos e familiares de Nara, o pesquisador evidencia a complexidade de sua personagem e seu significado para a música e a cultura brasileiras. Deste trabalho denso e fundamentado, Nara Leão emerge como a artista que realmente foi: ousada, coerente e fortemente comprometida com as questões de seu tempo.



Elza é a aguardadíssima biografia oficial e definitiva de uma das maiores cantoras de todos os tempos e ícone cultural brasileiro. Zeca Camargo narra a história de Elza Soares, da infância pobre ao sucesso, consagrada em discos que marcaram a música brasileira e, mais recentemente, nos ovacionados e premiados A mulher do fim do mundo e Deus é mulher. Nas palavras de Zeca: "Esta é a versão final, definitiva, contada por ela. Elaborada por mim, mas a matéria-prima é a memória da Elza – e isso é muito, muito fascinante. É como um mergulho nessa vida maravilhosa e nessa trajetória incrível." Com coordenação de conteúdo de Juliano Almeida e Pedro Loureiro, o livro foi construído a partir de muita pesquisa do autor e ao longo de dezenas e dezenas de encontros entre Elza e Zeca no apartamento da autora, no Rio de Janeiro. Foram momentos de conversas deliciosas e uma interação fantástica, transpostas em livro num texto ágil e revelador que funciona como um passeio pelas lembranças de uma de nossas maiores artistas.


Quais os pressupostos sócio-históricos que motivam e dão corpo e alma para novas manifestações culturais? Vanessa Gatti explora os sentidos que orientam a formação musical brasileira conhecida como Nova MPB com olhar afiado e sofisticado. Fundamenta a atuação desse grupo de artistas a retomada e updating do ideário cultural gerado nos anos 60, centrado na virada proposta pelo movimento Tropicalista. São de várias naturezas os vínculos que essa geração estabelece com seus mestres. Ao seu legado, ela oferece o tributo. As releituras que valorizam a continuidade, se distanciam daquele momento em que a cultura enfrentou, de várias maneiras, a tarefa de refletir sobre as contradições que obstruíam o seu próprio desenvolvimento. As possíveis rupturas almejam produzir novas sínteses a partir do encontro dos cânones da MPB com o rap e o hip hop.

A arena digital e o universo de facilidades técnicas que oferece, selam o acesso franco às produção e difusão da música gravada, conectam os artistas entre si e, de forma inédita e imediata, com seu público. A reestruturação dos negócios envolvidos, amenizam a persistência de eternos dilemas sobre o lugar ocupado pela cultura na sociedade, gerando formas colaborativas e interativas de gestão.

A cultura musical que acontece agora – eis o assunto desse livro. Vanessa Gatti, munida do uso fino e rigoroso dos conceitos, encontra a estrutura de sentimento dessa geração de artistas e nos oferece um belíssimo ensaio de sociologia da cultura.



Neste livro - MPB em Textos - história e crítica - ele nos brinda com excelentes comentários sobre os mais diversos artistas nacionais, dedica a Bahia um capítulo especifico, resgatando valores musicais baianos, em mais uma contribuição à memória musical de sua terra, o que reafirma o fato de ser o seu maior historiador neste campo, em função dos seus diversos trabalhos publicados sobre o tema. Com um texto ágil e de boa compreensão literária, embasado em uma rigorosa e minuciosa pesquisa, Luiz Américo Lisboa Junior, também se revela um excelente crítico, analisando com muita lucidez e acuidade intelectual os mais diversos aspectos de nossa música popular. Por tudo isso, trata-se, portanto, uma obra necessária como fonte de consulta permanente para pesquisadores e amantes da música popular brasileira.


Se você gosta de música, O Livro de Ouro da MPB, de Ricardo Cravo Albin, é uma ótima sugestão. Uma coletânea de biografias de nomes de nossa música, desde a sua origem, até os dias de hoje.

Neste originalíssimo livro de contos, o premiado autor do romance O drible e de Viva a língua brasileira! brinca com coisa séria. Depois de presenciar um encontro mitológico no céu da MPB, o leitor vai para a cama com Machado de Assis e acompanha um desfile de histórias cheias de graça, prosa afiada, erudição literária e cultura pop.

Nos contos de A visita de João Gilberto aos Novos Baianos, o prazer de contar histórias sobre histórias é o antídoto à alardeada perda de potência da literatura em nosso tempo. Assim, a história do mundo pode caber em treze tweets, tornamo-nos cúmplices de uma farsa erótica ambientada na Vila Rica dos inconfidentes e espiamos pela fechadura a intimidade de um famoso personagem machadiano.
No conto que abre e nomeia o livro, fantasia pop inspirada no encontro real entre o gênio da bossa nova e os jovens hippies liderados por Moraes Moreira, vislumbra-se uma síntese da contribuição original que a arte brasileira pode dar ao mundo: metade precisão rigorosa, metade delírio e festa. Os mesmos ingredientes podem ser encontrados na prosa entre o culto e o popular que anima um livro dividido em três partes, como um LP impossível.
No Lado A ficam as narrativas mais clássicas. O Lado B é dedicado aos fragmentos de um experimentalismo que examina com humor ferino, mas sem perder a ternura, os cacos restantes das velhas catedrais literárias e suas vaidades autorais na era da internet. Fecha o volume a deliciosa novela “Jules Rimet, meu amor”, publicada em 2014 como e-book.
“O livro que você tem nas mãos não é conto, não é romance, não é tese e nem folhetim, é tudo isso misturado. Um ato de desobediência e teimosia de um baita escritor. A literatura está morta, viva a literatura!” ― Fernanda Torres
“O húngaro que jogou com Puskas e as desventuras da taça Jules Rimet, uma festa baiana, a outra inconfidência mineira, os caprichos da escrita – em histórias saborosas e irresistíveis, Sérgio Rodrigues faz o que quer com as palavras, sempre com graça e densidade, leveza e humor.” ― Cristovão Tezza


De Villa-Lobos ao samba-canção, da bossa-nova à tropicália e ao rap contemporâneo, esse livro apresenta uma visão coerente do papel desempenhado pela música na história do país nos últimos cem anos. A canção brasileira reúne onze artigos de Santuza Cambraia Naves - inéditos para o grande público - que revelam, acima de tudo, aspectos essenciais de uma obra vasta, pioneira e que é referência em diversos campos do conhecimento. *** "Santuza acompanhou a música popular brasileira nas suas várias frentes, de maneira viva, generosa, atenta, inteligente." José Miguel Wisnik, escritor e compositor "O pensamento e os temas trabalhados por Santuza são solares, pois nos apresentam o que de mais potente se produziu em uma determinada época da arte brasileira… Santuza ficará ressoando entre nós por muitos e muitos anos quando falarmos sobre a música popular brasileira de ontem, de hoje e de além." Frederico Coelho, ensaísta "Os artigos têm linguagem acessível, evitando academicismo que poderia afugentar leitores pouco habituados às prosódias universitárias." Mauro Ferreira, O Dia


As décadas de 1960 e 1970 representaram para a MPB um período de intensa criatividade, produção e ...CONTESTAÇÃO !

CALE-SE -A MPB e a Ditadura Militar é uma análise de um dos períodos que mais marcaram a História do Brasil e a produção cultural do país àquela época.

Apontando as letras das canções compostas nos anos mais duros da ditadura (1964 a 1974), fica clara a ideia de que a música serviu -e serve -como uma importante ferramenta de comunicação,

carregando mensagens (as mais variadas possíveis) com as palavras e frases que formam suas letras.

Em uma época em que a censura restringia o acesso da população brasileira à informação, a música (aqui representada pelo segmento MPB) torna-se, de fato, um importante porta-voz.



A obra lista, em ordem alfabética e sem discriminar gêneros, 200 personalidades que fizeram do cenário musical pernambucano um dos mais fascinantes e ecléticos do país, traçando suas respectivas vida e trajetória artística. Os verbetes privilegiam autores em evidência a partir de 1920.


O cancioneiro brasileiro é vasto e riquíssimo. E muito embora a intenção não seja separar as letras de suas melodias, é justamente para as letras que lançaremos um olhar especial neste ebook. Você está convidado a conhecer 21 canções da música popular brasileira que foram selecionadas pela beleza e força das mensagens trazidas por suas letras. Vai conhecer as letras, seus autores, suas histórias e também poderá, através dos links, ouvir as canções interpretadas pelos maiores nomes da MPB como Bethania, Cazuza, Maisa, Dolores Duran, Nelson Gonçalves, entre inúmeros outros


Responsável pela existência da sigla MPB e revelação do elenco, resultado de sua iniciativa, o ex-ator, ex-roqueiro, diretor, produtor e realizador Solano Ribeiro atualizou a pedido da Editora Kuarup o livro Prepare seu Coração – Histórias da MPB, que chega agora às livrarias e que terá noite de autógrafos na Livraria Cultura do Conjunto Nacional, em 18 de setembro e na Livraria da Travessa, no Leblon, Rio de Janeiro, no dia 02 de outubro.

As memórias de Solano são as memórias do maior movimento musical que este país já teve – os Festivais - e que revelou os artistas mais talentosos de todas as gerações: Elis Regina, Chico Buarque, Geraldo Vandré, Caetano Veloso, Gal Costa, Milton Nascimento, Gilberto Gil, Paulinho da Viola, Jair Rodrigues, Itamar Assumpção e tantos outros. Relembra a parceria dele com as figuras mais criativas do universo artístico, entre elas, Décio Pignatari, Augusto de Campos, Rogério Duprat, Lennie Dale, Augusto Boal, Júlio Medaglia.

Mais do que desenhar a trajetória da música no Brasil o livro de Solano Ribeiro traça a partir de relatos saborosos dos momentos de sua carreira a evolução tecnológica da indústria da televisão, cinema, publicidade e da música, visto que, o autor, eclético, trafegou por todas elas.

Foi o introdutor no mercado da publicidade da TV, do Cine-VT, ao fazer a captação e imagens em película para depois editá-las em vídeo, processo utilizado ainda hoje.


Aos 79 anos e na mais plena atividade, Solano Ribeiro continua com sua missão de revelar os melhores talentos musicais do país juntando o rádio e a internet. Produz e apresenta o programa Solano Ribeiro e a Nova Música do Brasil há 11 anos na Rádio Cultura Brasil, transmitido também por várias emissoras brasileiras. A atração foi premiada pela APCA na categoria Iniciativa Cultural com o Troféu Catavento, evento criado para dar maior visibilidade à nova safra de cantores, músicos e compositores que participam do programa e que destaca os melhores do ano.

A sua mais nova causa é o portal, no qual, sob sua curadoria, vai exibir o trabalho de artistas da nova geração que ainda não conseguiram qualquer exposição. "Serei o primeiro oldtuber brasileiro porque acredito que esses novos talentos podem construir um movimento que será maior do que a Bossa Nova e os Festivais", diz Solano.




É um mergulho profundo na alma musical de nosso país. É uma viagem pela mais rica e deslumbrante faceta da cultura brasileira. É para ser lido, visto e ouvido. Este livro foi escrito por Nelson Motta. (E ele sabe das coisas.) É feito de sons e letras que fizeram – e ainda fazem – todo um povo cantar, rir, chorar e dançar. Como ondas no mar...


Em 1973, algo enigmático faz com que a música brasileira produza uma quantidade incomum de discos que teimariam em resistir ao tempo, não só por sua alta dose de inovação, mas também pela quantidade generosa de estreantes que os assinam. Sem nenhuma pretensão de destronar seu maior rival, 1968 (“o ano que não terminou”), este livro aponta para a eternidade particular de 1973, ao reunir olhares individuais de cinquenta escritores para 50 álbuns no ano em que 1973 completa 40 anos. Jornalistas, artistas e outros notáveis enriquecem a leitura com seus pontos de vista e percepções particulares, acrescendo dinamismo e refinando ainda mais seu conteúdo. Contudo, tanto o idealizador do livro como os autores não pretendem fornecer explicações para um fenômeno inexplicável em sua própria essência, apenas ratificam a certeza absoluta do mistério que envolverá para sempre 1973 – o ano que reinventou a MPB.



Neste livro, o cantor Ney Matogrosso, um dos artistas mais respeitados do Brasil, lembra de momentos marcantes de sua trajetória pessoal e profissional, dos anos 1970, quando despontou no cenário nacional com a banda Secos & Molhados, até agora. Ele ressalta a importância de sua formação familiar – principalmente a relação conturbada com a autoridade do seu pai –; os lugares onde viveu pelo país; a forte conexão espiritual com a natureza; a experiência com as drogas; a certeza e o desejo de ser um artista realizado; o combate a censura e transgressão estética; a liberdade para lidar com sua sexualidade e seus amores, como a relação que viveu com Cazuza; a firmeza para lidar com as perdas da vida; e a leveza para lidar com o passar do tempo e se reinventar. Com cerca de 70 fotografias PB e dois cadernos de fotos coloridos, o livro contém ainda um anexo com toda a discografia do cantor.


Jairo Severiano, um dos maiores conhecedores de nossa música, assumiu aqui uma tarefa enciclopédica: contar em um único volume os mais de duzentos anos de história da música popular brasileira, do século XVIII até os dias de hoje. Estruturada em quatro "tempos", a obra contextualiza os principais gêneros e movimentos da música brasileira, bem como os compositores e intérpretes que melhor souberam representá-los.


O livro descreve o surgimento, nos anos 1920, do rádio de galena,no Rio de Janeiro,através do qual se projetariam duas manifestações musicais básicas da música popular: o maxixe e o choro.Sérgio se debruça sobre a influência da política republicana nas composições, sobre a ingenuidade de alguns compositores para com a esperteza de parceiros indevidos, sobre os cine teatros com música ao vivo até nas salas de espera e sobre regulamentações envolvendo execuções obrigatórias.Um panorama sobre tantos aspectos da música brasileira, do final do século XIX, ao início da Bossa Nova.



Com seu talento, carisma e uma trajetória surpreendente que marcou época, Wanderléa é uma das cantoras mais queridas do Brasil. Ao lado de Roberto Carlos e Erasmo Carlos, deu origem à Jovem Guarda, um dos movimentos musicais de massa de maior impacto no país. Relembrando desde a infância em Minas Gerais e o sucesso ainda muito jovem até a consagração como ícone da música brasileira, a “mistura de cigana e teenager centenária” conta histórias inéditas de sua carreira, de inúmeros sucessos e grandes adversidades, incluindo os momentos ao lado de nomes de peso da música brasileira, como Roberto e Erasmo, parceiros de Jovem Guarda e amigos para toda a vida.


Cem anos de vinicius nas histórias das letras do poetinha. Grande personalidade da vida cultural brasileira, sua obra escancara sua máxima de vida: a paixão pela mulher, seja em poesia, seja em letra de música. Na poesia, Vinicius foi admirado e festejado pela sua geração e pelas seguintes, sendo o poeta brasileiro mais traduzido no mundo. Na música, unanimidade entre seus parceiros, teria sido o letrista que mais perfeitamente encaixava as palavras, ou melhor ainda, graças à sua musicalidade aliada a habilidade com as palavras, descobria a sílaba exata para cada nota musical, como se traduzisse o som que ela pede. A palavra de Vinicius na música popular foi definitiva, influenciando, a partir da bossa nova, todas as gerações posteriores. No palco, Vinicius contava espontaneamente a história das suas canções e parcerias.

Entre muitos comentários e olhares sobre a música popular brasileira, poucos atentam para a loucura de suas histórias. Buscando os detalhes pouco conhecidos das vidas conturbadas de artistas como Noel Rosa, Cazuza, Maysa e Vinicius de Moraes, este livro abre as portas para o lado obscuro, excêntrico e por vezes engraçado das vidas de dezessete figuras que não contemplaram qualquer barreira entre a música e o vício, que mergulharam de cabeça na vida e perpetuaram um testemunho tatuado em cifras que ainda não desapareceram de nossos ouvidos, mesmo depois de mortos. Nos caminhos e descaminhos que deram forma à música popular brasileira, dezessete artistas se destacam por suas histórias de loucuras, escândalos, porres e quedas fenomenais que renderam material inesgotável à construção de mitos. Dos anos 1930 aos 2000, eles viveram intensamente, fundaram escolas, revolucionaram estilos, encantaram multidões e continuam sendo referência para qualquer um interessado na diversificada constelação da MPB. São histórias – muitas com mais de uma versão na cada vez maior bibliografia musical brasileira – recontadas a partir de uma perspectiva distanciada, sem dourar pílulas ou esconder vexames. Desafiado a perfilar esses vidas-loucas, Ismael Caneppele tanto mergulhou na história de algumas personalidades que fizeram a trilha de sua adolescência e juventude – contemporâneos como Cássia Eller, Renato Russo, Cazuza e Itamar Assumpção – quanto foi atrás de gente da qual tinha menos referências, algumas vagas ou caricatas.
Do psicodélico “Paêbirú”, raríssimo LP duplo gravado em parceria com Lula Côrtes na lendária Rozenblit de Recife, até as sessões, nos estúdios cariocas da CBS, do clássico “A peleja do diabo com o dono do céu”. Nesta entrevista, da primeira temporada d’O Som do Vinil, Zé Ramalho, exímio contador de histórias, reconstitui sua trajetória singular. Da infância em Brejo do Cruz, na Paraíba, à batalha no Rio de Janeiro para gravar seu primeiro disco solo, em 1978. O estouro no ano seguinte com “Admirável gado novo”, canção com a inconfundível verve poética e contestadora do grande trovador da música brasileira contemporânea.


“Do primeiro disco voador ao último porre, Rita é consistente. Corajosa. Sem culpa nenhuma. Tanto que, ao ler o livro, várias vezes temos a sensação de estar diante de uma bio não autorizada, tamanha a honestidade nas histórias. A infância e os primeiros passos na vida artística; sua prisão em 1976; o encontro de almas com Roberto de Carvalho; o nascimento dos filhos, das músicas e dos discos clássicos; os tropeços e as glórias. Está tudo lá. E você pode ter certeza: essa é a obra mais pessoal que ela poderia entregar de presente para nós. Rita cuidou de tudo. Escreveu, escolheu as fotos e criou as legendas e até decidiu a ordem das imagens , fez a capa, pensou na contracapa, nas orelhas... Entregou o livro assim: prontinho. Sua essência está nessas páginas. E é exatamente desse modo que a Globo Livros coloca a autobiografia da nossa estrela maior no mercado.” Guilherme Samora é jornalista e estudioso do legado cultural de Rita Lee.

Em 1946, o presidente Eurico Gaspar Dutra proíbe os jogos de azar no Brasil. A decisão gerou uma legião de desempregados — e um grande contingente de boêmios carentes. Os cassinos fecharam, mas os profissionais da noite logo encontraram um novo ambiente: as boates de Copacabana. Em vez das apresentações grandiosas, as boates favoreciam a penumbra, a intimidade, o romance. Assim como a ambience, a música baixou de tom. Os músicos voltaram aos palcos, mas em formações menores, tocando quase como um sussurro ao ouvido. Essa nova música, as boates e o contexto que fez tudo isso possível são o tema do novo livro de Ruy Castro, que mais uma vez nos delicia com sua prosa arrebatadora.

Em meados dos anos 1970, a indústria fonográfica tupiniquim vibrava, faturando com a parada de sucessos, no que se tornaria um dos principais mercados do mundo. Do outro lado, no entanto, para além do domínio estético das "quatorze mais" do rádio e da TV, havia vida criativa. Foi nessa época que alguns de nossos mais originais compositores gravaram álbuns que passariam longe dos radares da mídia e do público, à margem do triunfo comercial e do reconhecimento. Por caprichos do destino, esses discos ressurgiram, décadas depois, na cozndição de obras primordiais de nossa cultura. Aqui revivemos um dos capítulos mais extraordinários da música brasileira: a história de Estudando o Samba, o quinto LP de Tom Zé.
Charles Gavin


Carmen, o novo livro de Ruy Castro, é a maior biografia de um artista já publicada no Brasil. Ano a ano, o autor acompanha a vida da brasileira mais famosa do século XX - do nascimento da menina Maria do Carmo, numa aldeia em Portugal (e a vinda ao Rio de Janeiro, em 1909, com dez meses de idade), à consagração brasileira e internacional de Carmen Miranda e sua morte em Beverly Hills, aos 46 anos, vítima da carreira meteórica e dos muitos soníferos e estimulantes que massacraram seu organismo em pouco tempo. Mas Carmen não é apenas uma biografia. Enquanto entrelaça a intimidade e a vida pública da maior estrela do Brasil, Ruy Castro nos leva a um passeio pelo Rio dos anos 20 e 30, e por Nova York e Hollywood dos anos 40 e 50 - cenários em que é especialista. E ainda resgata a história da música popular brasileira, da praia, do Carnaval, da juventude do passado, da Rádio Mayrink Veiga, do Cassino da Urca, da Broadway, dos gângsters que dominavam os nightclubs americanos e dos bastidores dos estúdios de cinema - numa época em que para estrelas como Carmen, as noites não tinham fim.

A primeira biografia de uma das maiores vozes da história do samba

Mais do que a primeira biografia de Clementina de Jesus, este é o registro definitivo da grandiosidade da artista fluminense. Mulher, negra, mãe e dona de uma voz que “parecia subir da terra e vir do oco do tempo”, como registrou a jornalista Lena Frias, Clementina foi revelada aos palcos brasileiros em 1964, aos 63 anos, no show O Menestrel. Menos de dois anos depois, arrebataria o público internacional, no I Festival Mundial de Artes Negras, no Senegal, e em show no Festival de Cannes, na França.
Quelé, a voz da cor traz a público a força, a doçura – e também a resistência – de Clementina de Jesus, desde seu nascimento em Valença, interior do Rio de Janeiro, em 1901, até sua morte, na capital do estado, em 1987. Não faltam a convivência apaixonada com o marido, Albino Pé Grande, o cuidado com os filhos, os netos e a amizade e o carinho com grandes nomes da música brasileira.
“O Brasil em que eu acredito tem a voz dela. Rainha.” – Teresa Cristina, cantora e compositora
“Clementina de Jesus é muito mais que um ícone do samba e da música brasileira. Ela é o símbolo da mulher negra guerreira que, apesar de todos os preconceitos e injustiças, sobreviverá, oxalá, neste lindo livro que conta a sua história.” – Mariene de Castro, atriz, cantora e compositora
“Ela foi mesmo um acontecimento, aquela voz maravilhosa e forte, diferente de tudo o que as pessoas estavam acostumadas a ouvir. Cantava aqueles sambas maravilhosos com aquela elegância toda.” – Paulinho da Viola, cantor e compositor

Era a primeira vez que Chico Buarque concordava em falar longamente sobre sua vida e sua carreira com a finalidade de publicar em livro a sua história. Foram muitas horas de conversas, caminhadas, idas aos bastidores dos shows, ao campo de futebol, encontros com amigos, parceiros, familiares. Das conversas surgiu um Chico humano, moleque, inteligente, cercado pelo mistério da criação. O menino travesso e o jovem romântico. O adulto em seus momentos de criação e turbulência. Mas é, sobretudo, o Chico artista, cantor e compositor, que está retratado neste perfil. Um Chico admirado e idolatrado que permanecia, até então, misterioso.

Conheça a história de um dos maiores nomes da MPB. Na autobiografia “Solo”, Cesar Camargo Mariano compartilha sua história, indissociável da música brasileira. Um dos maiores nomes da MPB, narra toda a sua trajetória como músico da noite, compositor e arranjador talentoso que conquistou o respeito de artistas e do público do mundo inteiro e revela ainda ao leitor as histórias de sua vida particular, o Cesar do convívio familiar, o filho do Miro, o companheiro de Flavia, sua princesa, e o parceiro dos filhos. Solo emociona e encanta, é leitura saborosa, daquelas obras que não se consegue parar de ler até a última linha.


O livro conta as histórias por trás das canções de Chico Buarque. Responsável pelo site do cantor e compositor, Wagner Homem se vale do vasto conhecimento da obra de Chico para destrinchar, com minúcias, episódios relacionados a mais de uma centena de canções do artista. Em cada abertura de capítulo, uma apresentação da cena sociopolítica vigente na época, com exceção dos dois últimos um deles sobre a morte de Tom Jobim, em 1994, em Nova York. O livro é riquíssimo em personagens de todos os matizes. Está ali a nata da cultura nacional, gente como Tom Jobim, Vinicius de Moraes, Edu Lobo, Gilberto Gil, Caetano Veloso, Toquinho e Zuzu Angel. Estão também histórias deliciosas como a da parceria de Chico e Vinicius na letra de Gente humilde, música de Garoto. Enciumado com as parcerias de Chico e Tom Jobim (na época eram três), Vinicius pediu que Chico desse um jeito na letra. O amigo nada achou de errado numa letra irretocável e só acrescentou uma estrofe. Foi o suficiente para Vinicius alardear a Tom que agora também era parceirinho de Chico.

Este livro tem duas partes. A primeira, e a mais significativa, é “A história de Chico Buarque: guia para o fã, o professor e o estudante”. Aqui são desenvolvidos os seguintes tópicos acerca da trajetória de Chico: dos anos 40 a meados dos anos 60; a participação dele nos festivais da canção; a relação com os tropicalistas; a peça “Roda viva”, o AI-5; os anos 70; os anos 80; anos 90: “Estorvo” e “Benjamim”; anos 2000: “Budapeste” e “Leite derramado”. A segunda parte traz ensaios que tratam de letras de Chico e abordam também outros autores. São os seguintes os ensaios: “Conformadas e recolhidas: análise de ‘Mulheres de Atenas’”, “Sob as barbas do Redentor: análise de ‘Las muchachas de Copacabana’”, “O romântico popular: Chico e Tom”, “Anotações sobre romances (Fitzgerald, Salinger, Fante e outros)”, “O conto brasileiro do século 21” (revisto e atualizado), “E por falar em antologias de contos...”, “Imagens significativas: momentos de autores que têm ‘o que dizer’ na literatura brasileira pós-1930”, “Vargas Llosa e Euclides da Cunha: confluências”, “O escritor e a condição feminina”, “A ideia deixada por Davi Arrigucci Jr.” e “Exemplos de boa crítica universitária”. O autor, Rinaldo de Fernandes, doutor em Teoria e História Literária pela UNICAMP e professor de literatura na UFPB, organizou anteriormente dois livros fundamentais, de grande referência, para se entender a produção de Chico: "Chico Buarque do Brasil" (Rio de Janeiro: Garamond/Fundação Biblioteca Nacional, 2004) e "Chico Buarque: o poeta das mulheres, dos desvalidos e dos perseguidos" (São Paulo: LeYa, 2013).


Em Salvador a festa de rua nos dias de carnaval ganhou proporções gigantescas. No Recife, o Galo da Madrugada atrai mais de um milhão e meio de pessoas. No Rio de Janeiro, o desfile no Sambódromo é televisionado para mais de 180 países. Nesse Almanaque do carnaval, o historiador André Diniz conta como isso tudo começou, conduzindo o leitor em uma viagem no tempo até chegar às grandes folias da atualidade. Além da história do carnaval, o livro apresenta a trajetória dos gêneros musicais identificados com a festa: o samba, a marchinha, o frevo e o axé. O leitor vai se deparar com canções, compositores e intérpretes que marcaram época e com os que ganham destaque na atualidade. São pequenas biografias, casos curiosos e informações sobre o contexto político, social e cultural de cada período. E o autor aborda fenômenos de mercado como Ivete Sangalo e o grupo É o Tchan, rompendo as barreiras impostas pela crítica tradicional. Há ainda mais de 120 imagens, indicações de livros e filmes e dicas de onde cair na folia em todo o Brasil.

A íntegra das entrevistas de Lô Borges e Milton Nascimento para Charles Gavin, do Som do Vinil, sobre suas carreiras e um dos mais emblemáticos discos brasileiros: Clube da Esquina (EMI, 1972).

"A proposta deixou o departamento artístico da Odeon desnorteado: a realização de um disco de um grande astro de seu cast com um jovem desconhecido, de apenas 17 anos, chamado Lô Borges. Felizmente o projeto foi adiante... Produzido por Milton Nascimento e Ronaldo Bastos e gravado artesanalmente nos estúdios da Odeon, no Rio de Janeiro, por um super time (Milton, Lô, Beto Guedes, Toninho Horta, Wagner Tiso, Nelson Ângelo, Tavito, Luiz Alves, Robertinho Silva, Rubinho, Paulinho Braga, Alaíde Costa, Gonzaguinha, Paulo Moura e Eumir Deodato), o álbum Clube da Esquina é uma das obras mais consistentes, atemporais e determinantes da música brasileira. Permanece como marco cultural e artísco, tendo influenciando roqueiros, jazzistas e mpbistas desde seu lançamento, em 1972, até hoje." Charles Gavin


Você vai ouvir música brasileira de um novo jeito depois de ler este guia. Os principais gêneros musicais, os discos antológicos e suas histórias: samba, sertanejo, MPB, tropicália, bossa nova, rock, pop, black music, instrumental e erudita, além de um bônus track com o melhor produzido a partir dos anos 2000. Playlists especialmente montadas para você entender e curtir de verdade o nosso som onde você estiver. Com participações especiais de Rolando Boldrin, Fagner, Roberto Menescal, Roger Moreira, Geraldo Azevedo, Lô Borges, Casuarina, Washington Olivetto, entre outros.

Você vai ouvir música brasileira de um novo jeito depois de ler este guia. Os principais gêneros musicais e suas origens: samba, sertanejo, MPB, tropicália, bossa nova, rock, pop, black music, instrumental e erudita, além de um bônus track com o melhor produzido a partir dos anos 2000. 300 discos essenciais e suas histórias. Playlists especiais e mais de 4.000 músicas para você entender e curtir de verdade o nosso som onde você estiver. Com participações especiais de Rolando Boldrin, Fagner, Roberto Menescal, Roger Moreira, Geraldo Azevedo, Lô Borges, Casuarina e Washington Olivetto.

UM LIVRO DE DELICIOSAS MEMÓRIAS DA MPB DO FAMOSO BAIXISTA QUE FOI DE A COR DO SOM ATÉ OS TRIBALISTAS Dadi, o Leãozinho da música de Caetano Veloso, revela suas memórias com sensibilidade e sinceridade, desde a entrada nos Novos Baianos, até sua carreia solo. O baixista, um dos instrumentistas mais aclamados da MPB, fala sobre a concepção de discos antológicos ― como Acabou chorare (Novos Baianos), África Brasil (Jorge Ben Jor), Frutificar (A Cor do Som), Circuladô vivo (Caetano Veloso), Barulhinho bom (Marisa Monte), Tribalistas (Marisa Monte, Carlinhos Brown e Arnaldo Antunes) e revela detalhes da história da música popular brasileira.

Tudo o que você vai ler aqui foi vivido, ouvido, testemunhado ou imaginado por Nelson Motta. E nem ele sabe mais o que é verdade ou ficção. As forças que movem a vida são muito mais estranhas do que parecem... Em cenários e épocas diversos, uma série de personagens carismáticos e movidos a forças estranhas e emoções fortes, vivem histórias que o narrador viu, ouviu falar ou até viveu. São relatos da orla da Zona Sul do Rio de Janeiro, nas décadas de 60 e de 80; dos terreiros de Salvador à paradisíaca Boipeba; dos quartinhos frequentados pelos poderosos em Brasília; da perigosa Buenos Aires na ditadura militar; da Nova York multicultural de Woody Allen. Da Espanha almodovariana. Da swinging London dos anos 60. Aos fatos e feitos, o autor une sua criatividade, seu humor e sua prosa vibrante e saborosa. Vale o escrito!

Em apenas três anos de carreira, entre 1970 e 1973, o cantor Evaldo Braga gravou dois LPs. Conseguiu emplacar sucessos como A Cruz que Carrego, Mentira, Eu Não Sou Lixo e seu maior hit, Sorria, Sorria. Aos 25 anos, porém, ele morreu em um acidente de carro. Este livro revelador conta a intensa vida do astro, a partir de dezenas de entrevistas e minuciosa pesquisa, e compõe um retrato sem preconceito do nascimento da música brega. Um livro que já nasceu indispensável.

A esperada biografia de Elis Regina, escrita por Julio Maria, repórter do jornal O Estado de S. Paulo, traz a história da maior cantora do País . “Elis Regina – Nada Será Como Antes” narra a vida da cantora desde seus primeiros dias em Porto Alegre, onde interpretava “Fascinação” ao lado das amigas nas escadarias de um colégio, até sua despedida trágica, aos 36 anos, quando estava prestes a, de novo, mudar tudo em sua vida.
“Não vivi a era de Elis. Quando ela faleceu, em 19 de janeiro de 1982, eu tinha nove anos de idade, e diante dessa personagem gigante, fui o que sou há 16 anos: repórter. Me joguei com o respeito que a história merecia, mas sem nenhuma tese a defender. Creio que o olhar descontaminado de paixões ou ódios ajude a traçar um perfil mais humano e menos divino”, diz Julio Maria.

Edu Lobo criou um estilo musical próprio, imprimindo na música popular sofisticação e tradição. Escrito por Eric Nepomuceno, o livro refaz a trajetória do músico e compositor, no momento em que comemora 70 anos, contando os bastidores da criação de uma obra de clássicos absolutos da MPB. São bonitas as canções – Uma biografia musical narra uma história que se mistura com o melhor da bossa nova, da música para teatro e musicais e com outros grandes nomes da música brasileira, como Vinicius de Moraes, Tom Jobim e Chico Buarque. “No momento em que Edu passou a trabalhar mais com papel pautado e caneta, Eric Nepomuceno seguiu seus passos no texto de estimulante leitura sobre a produção de uma das mais densas obras na música popular brasileira. Quando Edu Lobo optou pela introspecção para assegurar pleno domínio de suas composições, isto é, concluí-las integralmente na melodia, na harmonia e no arranjo instrumental, Eric da mesma forma aprofundou a intensidade da análise musical da obra de seu personagem.”

A trajetória do cantor Eduardo Araújo se confunde com o nascimento do rock nacional. Neste livro, ele apresenta um panorama da história da MPB e divide com o leitor casos divertidos e polêmicos, que viveu com os amigos Roberto Carlos e Erasmo, Wilson Simonal, Tim Maia, Carlos Imperial, entre tantos outros. Também está aqui a época em que apresentou um programa na TV Excelsior no qual promoveu o encontro com as estrelas do que mais tarde se tornaria um dos mais importantes movimentos culturais brasileiros: a Jovem Guarda. Com sinceridade tocante, “O Bom” fala da vida pessoal, da busca pela espiritualidade e do encontro com Silvinha, que se tornaria sua companheira não apenas nos palcos, mas na vida.

Expressão da cultura marginal carioca do início do século XX, o samba resistiu a décadas de racismo e preconceito estético, e se tornou parte inextrincável da identidade nacional brasileira. Nesta obra de referência pioneira, Nei Lopes e Luiz Antonio Simas inscrevem o valor da negritude e da história dos negros na criação e na fixação do samba, e a ambígua inserção dessa cultura musical na sociedade de consumo.
Mais do que apenas descrever conceitos, neste importante dicionário os autores reconstroem a memória cultural de nosso país. Os verbetes organizam a trama que compõe o enredo dessa narrativa: a repressão explícita dos primeiros tempos; as escolas de samba, os pagodes e rodas como polos de resistência; a distribuição geográfica desses espaços; o samba como gênero de música popular, com seus múltiplos e diversos subgêneros e estilos e suas diferenças regionais. E, principalmente, destacam os nomes fundamentais que fizeram essa história: compositores, instrumentistas, regentes, cantores, dançarinos, cenógrafos, diretores, entre outros.

Aníbal Augusto Sardinha, o Garoto (1915-1955), foi um virtuose que dominava quase todos os instrumentos de cordas dedilhadas, especialmente violão, banjo, contrabaixo, violoncelo, guitarra, cavaquinho e bandolim. Sua maneira de compor e interpretar o samba e o choro ao violão deu novo rumo à música popular brasileira, influenciando alguns dos maiores nomes da geração posterior à sua e apontando o caminho que anos depois levou à bossa nova. Garoto registrou sua vida em um diário, base da pesquisa deste livro, que resgata suas memórias, histórias e musicografia.

Questões que abrangem campos múltiplos foram solicitadas, gravadas e posteriormente apresentadas a Gilberto Gil, que respondeu as perguntas sob a mediação da própria idealizadora do projeto. Em suas falas, o compositor elucida os seus métodos de criação, as constantes obsessões que envolvem o mundo criativo e também as mudanças pelas quais ele passou desde sua fase mais underground até a consolidação de sua carreira. Segundo Ana de Oliveira, "Gil praticamente gerou um sistema que repensa a questão da fala biográfica: ele faz reflexões sobre a vertigem da tarefa de viver, de compor, de ser alegre, de ser triste, de falar do passado, do futuro, do fim de tudo, de sua obra musical, da era da internet, de movimentos sociais e da não morte”.

Todas as letras reúne as cerca de 470 canções de autoria de Gilberto Gil, dentre as quais se destacam clássicos como "Domingo no parque", "Aquele abraço", "Cérebro eletrônico", "Expresso 2222", "Refazenda", "Refavela", "Retiros espirituais", "Realce", "Toda menina baiana", "Não chore mais", "Flora", "Se eu quiser falar com Deus", "Drão", "Tempo rei", "A novidade", "A paz" e "Parabolicamará", entre outras canções. Além das letras do próprio Gil, incluem-se também composições feitas em parceria com, entre outros, Caetano Veloso, Chico Buarque e Milton Nascimento, versões que Gil fez para músicas estrangeiras e aquelas que ele e artistas estrangeiros fizeram para músicas de sua autoria. O volume, publicado a primeira vez em 1996, volta em edição ampliada e revista pelo próprio Gil e por Carlos Rennó. Um caderno de imagens reúne fotos que vão da infância do compositor até o ano de 2003, em que Gil figura como Ministro da Cultura. As letras são apresentadas em ordem cronológica, subdivididas em oito grandes grupos que correspondem a períodos específicos da produção do compositor: das primeiras canções até a fase tropicalista (1962-66), do tropicalismo à fase do exílio (1967-69), os dois anos em Londres e os três que seguem à volta ao Brasil (1970-74), o período de "Refazenda" e "Refavela", que segue com a reunião dos Doces Bárbaros (1975-78), uma fase de abertura para o pop (1979-83), a segunda fase da década de 80 (1984-89), os anos 90 e, por fim, a produção que vem depois do ano 2000. Gil comenta 200 dessas letras, em textos que são fruto de conversas do compositor com o organizador da coletânea, Carlos Rennó. Todas as letras agrupa também composições inéditas, recuperadas graças à memória do artista ou levantadas em fontes como seus cadernos de versos, arquivos particulares, registros de shows antigos e acervos de editoras e gravadoras. "[...] Gilberto Gil ata e desata continuamente a distância entre a eternidade e o instante através das intensidades que fluem da dança verbal de sua música." - José Miguel Wisnik "Gil teve sempre a coragem de dizer as coisas em que acreditava nos momentos precisos [...] tocando pontos nevrálgicos de contextos muitas vezes adversos, aos quais respondeu com integridade e paciência." - Arnaldo Antunes

Mais um sucesso do cantor que o Brasil ama, best seller na lista da Veja (edição 201329)Músico, compositor, cantor, político, militante, Gilberto Gil carrega para onde vai todas as suas marcas, todos os seus perfis. O artista e o homem festejado no Brasil e admirado em todo o mundo é um sujeito zen, confessional, romântico, inclinado para a filosofia oriental. Nunca fez psicanálise porque, como diz, "a própria vida, os filhos, a morte de um deles, os casamentos, os atalhos e desatalhos, os fazeres e desfazeres" lhe deram mais paciência com a vida e a capacidade de tolerar as adversidades. Domina seus demônios e mantém o equilíbrio meditando ou fazendo ioga e exercícios, não importa onde esteja.Suas origens, a consagração como grande músico, os amores, os dilemas existenciais, o bordado de que é feita sua vida... tudo está alinhavado nesta biografia, escrita quando Gil já ultrapassa sete décadas de estrada e fruto do desejo de expor, pela primeira vez, sua história em detalhes.É comum dizer que Gil é polivalente. Ele gosta do palco, tem energia, é extrovertido e comunicativo. Já foi de Luiz Gonzaga aos Beatles, de João Gilberto a Jimi Hendrix, dos Pífanos de Caruaru ao Tropicalismo. Já gravou Stevie Wonder, Bob Marley, Dorival Caymmi, Jackson do Pandeiro. Mas também gosta do silêncio, de ficar sozinho, tocando violão em seu quarto, pensando, olhando para o teto.A emoção corre solta nas suas veias. Os olhos se enchem d'água com facilidade. "Eu funciono do pescoço para baixo", repete. Sua abertura para as coisas do mundo é invejável. Gosta de repetir que o justo meio está na igual possibilidade dos dois extremos. Compor é condição vital: "Minha música é minha meditação religiosa, filosófica, existencial e ético-moral". Gil entrou nos setenta anos mais calmo, sem grandes ansiedades e, como diz, mais suave na relação com o mundo e no que diz respeito às ideias, aos pensamentos e sentimentos. "A conformidade conforme a idade.

Considerado pela crítica um dos maiores instrumentistas da música popular brasileira, Jacob Bittencourt, o Jacob do Bandolim, tem sua vida e sua obra estudadas a fundo pela musicóloga Ermelinda A. Paz, que não traz apenas uma biografa, mas também um importante levantamento de sua discografia completa, junto de uma rara e farta documentação iconográfica. São aqui revividos os célebres saraus organizados por Jacob em sua casa, no bairro de Jacarepaguá, fundamentais para a compreensão de boa parte das origens de nossa vida musical. A vida e a obra de Jacob, que deu ao bandolim o mais profundo e visceral tratamento brasileiro, são apresentadas nessa biografia com paixão, minúcia, vasto conhecimento musical e, sobretudo, com rigor historiográfico, digno desse extraordinário músico que nos deixou tão cedo e de modo tão abrupto.

Antigos fantasmas permaneciam encastelados em Brasília. Em meados dos anos 1980, vivíamos sob a ameaça de uma distopia que se eguia com autoridade… Naquele ambiente, poucas bandas do BRock tiveram uma visão tão lúcida quanto a Legião Urbana. Corajosa, poética e visceral, sua música capturou com precisão os anseios e contradições daquela geração — e das que viriam depois. Lançado em julho de 1986, o segundo LP, intitulado simplesmente "Dois", invadiu as rádios do país e foi totalmente abraçado pelo público. Era, porém, um sucesso diferente, onde canções íntimas se revezavam com a verbe politizada da Legião. Dois tornaria-se um dos discos mais relevantes da história do rock brasileiro. — Charles Gavin

O jeito de cantar remete à escola daqueles que inventam divisões rítmicas impensáveis e impossíveis para suas melodias - pura ginga, manha, malandragem e por aí vamos… Seu estilo ao violão, estudado por músicos e acadêmicos do mundo todo, é uma singular combinação de técnica, criatividade e sabedoria que, em cada compasso, apresenta frases e batidas que só seu autor é capaz de tocar. Suas composições foram gravadas pelos maiores nomes da música brasileira – time ao qual seu uniu, desde sua estreia em LP. Estamos falando do grande João Bosco. Este livro traz a íntegra das entrevistas de João, do produtor rildo Hora e do músico Guinga para o programa O Som do Vinil.

O livro apresenta a rica trajetória deste que é um dos grandes nomes da música popular carioca e brasileira a partir de um olhar sobre a sua marcante produção artística.
Nesta discobiografia, que reúne informações preciosas sobre os bastidores e repercussões dos 22 álbuns feitos pelo mestre, o leitor é convidado a adentrar em um universo que reconstrói os passos da carreira do cantor e compositor, falecido em 2000, e narra com sabor alguns momentos decisivos no legado de um dos maiores nomes do samba.

A íntegra das entrevistas de João Donato, Marcos Valle, Lysias Ênio e Laércio de Freitas para Charles Gavin e o Som do Vinil, sobre a trajetória, a inspiração e a gravação do clássico LP "Quem é quem" (EMI, 1973) "A realização do emblemático Quem é Quem foi articulada por Marcos Valle na Odeon, durante a passagem de João Donato pelo Rio de Janeiro no final de 1972 - o amigo, após um período de 10 anos morando nos Estados Unidos, trabalhando com feras do jazz e também com grandes orquestras como as de Mongo Santamaria e Tito Puente, considerava seu retorno ao Brasil. A bagagem adquirida não apenas imprimiu sua marca nas sessões de gravação como também lançou sementes do futuro. Em Quem é Quem Donato solta, pela primeira vez, a inconfundível voz e estraçalha as teclas do Fender Rhodes e do piano acústico com grooves que, décadas depois, o conectariam diretamente aos corações e mentes das novas gerações." Charles Gavin

Durante dois anos, Lira Neto se dedicou integralmente a reconstituir os passos da intérprete de clássicos como "Ouça" e "Meu mundo caiu". O resultado foi a aclamada biografia Maysa: Só numa multidão de amores, publicada pela primeira vez em 2007 e que agora ganha nova edição, com prefácio inédito do autor.
Fruto de uma extensa pesquisa que envolveu cerca de duzentas entrevistas e acesso ao arquivo familiar da cantora — inclusive ao seu diário íntimo —, o livro retraça a trajetória da cantora nascida em 1936 no Rio de Janeiro, desvelando as camadas de uma das personalidades mais complexas da música brasileira. De seu casamento com André Matarazzo ao alcoolismo, dos problemas com a mídia às tentativas de suicídio, de seus amores às viagens, nada escapa ao olhar atento do biógrafo, que retrata com maestria uma vida marcada sobretudo pela intensidade.

Inicialmente inspirado pela revolução da funk music norte-americana, esse movimento no Rio de Janeiro foi uma afirmação social, estética e musical, que desencadeou uma mudança profunda na música e na cultura negras do Brasil. Tim Maia, Sandra de Sá e Toni Tornado são alguns dos personagens desse relato enérgico, que procura informar os mais jovens que não viveram esse momento revolucionário e dar voz a um período emblemático da nossa cultura, para que nunca nos esqueçamos desse poderosos músicos, djs, dançarinos e frequentadores de bailes que participaram dessa história.


Livro homenagem que descortina a trajetória e o pensamento de um dos maiores músicos brasileiros, através da reunião de mais de 50 composições suas, acompanhadas de reproduções de manuscritos, documentos pessoais e fotos raras. Mineiro, discreto, genial e dono de uma voz singular, Milton Nascimento - o Bituca - confiou seu precioso acervo ao autor e idealizador deste projeto, Danilo Nuha, jornalista e diretor artístico que, como profissional e amigo, convive com a lenda da música desde 2009. Letras emblemáticas como "Coração de Estudante", "Canção do Sal", "Pai Grande" e "Morro Velho", entre outras, são acompanhadas de preciosas explicações de Milton e até de seus parceiros nas composições. Da contextualização de algumas criações musicais, brotam interessantes histórias como a da amizade entre o compositor brasileiro e o astro americano River Phoenix (1970 - 1993), que nasceu da admiração artística mútua e se transformou em ativismo ambiental, causa abraçada por ambos. Em um texto inédito, escrito especialmente para o livro, Milton descreve seu momento atual como o início de uma nova fase e considera esta obra um dos marcos desse tempo que se inicia. "Milton Nascimento: letras, histórias e canções" é essencial para dar a real grandeza de sua contribuição para a música e para o mundo, ontem, hoje e sempre.


O livro MPB no feminino problematiza a tendência de muitos autores em apresentar tudo o que diz respeito ao universo da música tão somente em formas de expressão do masculino. Frente à necessidade de compreender a dinâmica das relações de gênero nas diversas práticas musicais – desde o rock, o hip-hop, a música católica, o samba e o pagode até o canto das lavadeiras –, o autor examina as formas de inserção das mulheres nos diversos espaços e funções musicais; as causas de sua possível invisibilidade e/ou reduzida participação em determinados setores; as formas de resistência das mulheres diante das dificuldades encontradas por sua condição de gênero; as representações do feminino e do masculino nas convenções musicais; entre outros aspectos. Os caminhos percorridos na investigação apontam que as diferenças e especificidades entre homens e mulheres no meio musical precisam de um tratamento que passa não só pela presença física de seus corpos em cena, mas também pelos mitos, ritos, crenças, valores, espaços de circulação e meios de produção. Além disso, o livro mostra que reconhecer e delimitar interseccionalidades para além do gênero – como raça, classe, etnia, geração – é essencial na compreensão do universo social da música popular brasileira.

Título de estreia da obra MPBambas transcreve entrevistas de grandes músicos e artistas do país exibidas no programa de TV homônimo pelo Canal Brasil sob a forma de enciclopédia musical brasileira audiovisual. No livro MPBambas Volume 1 – Histórias e memórias da canção brasileira, editado pelo jornalista e crítico musical Tarik de Souza, o apresentador do programa, estão os melhores momentos de encontros com 14 grandes artistas brasileiros, convidados da atração semanal que foi ao ar entre os anos de 2009 e 2014. Comandado por um dos maiores críticos musicais do Brasil sob a direção de Darcy Burger, ela condensava em quase 30 minutos de duração histórias e memórias de ases da canção brasileira. Sem a limitação da TV, o livro traz gravações completas (e depoimentos inéditos) dos artistas entrevistados, reveladas nesta edição com exclusividade. O trabalho de degravação do material bruto foi feito em um ano pela empresa IAI Digital e agora é lançado em livro pela gravadora e editora Kuarup, com notas e comentários do crítico, e prefácio do músico e diretor do Canal Brasil, Paulo Mendonça. Neste primeiro volume da série, destaque para grandes bambas da música popular brasileira como Milton Nascimento, Beth Carvalho, Hermeto Pascoal, Johnny Alf, Paulo Vanzolini, Nana Caymmi, Renato Teixeira, Dona Ivone Lara, Altamiro Carrilho, Chico Anysio (pela primeira vez falando sobre sua obra musical), Elza Soares, Roberto Menescal, Dóris Monteiro e Sueli Costa.

Segundo volume da obra MPBambas transcreve entrevistas de grandes músicos e artistas do país exibidas no programa de TV homônimo pelo Canal Brasil sob a forma de enciclopédia musical brasileira audiovisual. No livro MPBambas Volume 2 – Histórias e memórias da canção brasileira, editado pelo jornalista e crítico musical Tarik de Souza, o apresentador do programa, estão os melhores momentos de encontros com 14 grandes artistas brasileiros, convidados da atração semanal, que foi ao ar entre os anos de 2009 e 2014. Comandado por um dos maiores críticos musicais do Brasil sob a direção de Darcy Burger, ela condensava em quase 30 minutos de duração histórias e memórias de ases da canção brasileira. Sem a limitação da TV, o livro traz gravações completas (e depoimentos inéditos) dos artistas entrevistados, reveladas nesta edição com exclusividade. O trabalho de degravação do material bruto foi feito em um ano pela empresa IAI Digital e agora é lançado em livro pela gravadora e editora Kuarup, com notas e comentários do crítico, e prefácio do músico e diretor do Canal Brasil, Paulo Mendonça. Neste segundo volume da série, destaque para grandes bambas da música popular brasileira como Gal Costa, Zeca Pagodinho, Cauby Peixoto, Dominguinhos, Carlos Lyra, Inezita Barroso, Monarco, Wagner Tiso, Billy Blanco, Nei Lopes, Luis Vieira, Ademilde Fonseca, Getúlio Cortes e Marlene.

Especialista em história da música popular brasileira, o jornalista e escritor Sérgio Cabral compõe um relato da vida da cantora, voz que não apenas esteve na linha de frente dos principais momentos da moderna música brasileira, mas também se engajou como poucas na política de seu tempo.

As páginas desse livro revelam a história de um dos principais grupos da Música Popular Brasileira nos últimos cinquenta anos: Novos Baianos. Luiz Galvão um dos fundadores, é quem conta os bastidores de um dos símbolos da afirmação da liberdade e da democracia no Brasil.O livro conta também as desventuras do jovem grupo que surgiu na década de 1970, a relação com as drogas, as trapalhadas com a polícia e o cotidiano intenso vivido em comunidade.

Este livro analisa o ambiente do samba carioca no momento em que este género musical começava a ganhar projeção. No início do século XX, os chamados sambistas tinham de dividir seu tempo entre a música e o batente. Eram basicamente trabalhadores dotados de bom ouvido musical, habilidade rítmica ou facilidade com as rimas, articulados em diferentes grupos e lugares da cidade, cujas rivalidades se expressavam em seus sambas e atitudes. Ao abordar a vida cotidiana dos participantes e frequentadores das rodas de samba, a analise busca estabelecer suas diferenças e acompanhar o processo pelo qual se construiu uma ideia de homogeneidade do samba e dos sambistas.
Editada no formato ePub2, a obra disponibiliza mais de 180 imagens e cerca de 40 fonogramas, além de um vídeo, permitindo que o leitor possa ver e escutar ao mesmo tempo em que lê a narrativa leve e bem-humorada da autora. Os links para acesso ao material audiovisual dependem da internet para funcionar.
A obra é o volume inaugural da coleção Históri@ Illustrada, que publica livros digitais na área da História Social e da Cultura. Como todos os volumes da coleção, o livro é acompanhado por um vídeo que pode ser visto (ou baixado) gratuitamente.

Um livro com o papel de despertar uma discussão atual sobre a Música Popular Brasileira, representada pela suas melhores gravações em CD. Este é o intuito da obra Os 100 Melhores CDs da MPB, do crítico musical André Domingues. A votação para definir os "eleitos" e dar voz à diversidade da MPB foi feita por profissionais de renome do meio musical. Os textos do livro, mistos de crítica musical jornalística e ensaio, são enriquecidos por um glossário, que explica o sentido de termos técnicos relacionados ao ritmo, à harmonia, à melodia e a curiosidades que cada gravação aportou à nossa música. Assim, traz ao leitor um sentido de tempo e espaço, inclusive com breves biografias dos principais nomes citados.

Na década de 1970, a música popular brasileira passou por uma radical transformação. Um heterogêneo grupo de artistas desviou-se da tradição da MPB para abraçar a música pop, impulsionado pela internacionalização da cultura jovem, pela modernização da indústria do disco e pela crescente importância da TV no país.
A cena musical foi tomada por experimentações inéditas, como o glam tupiniquim dos Secos & Molhados, a mistura de samba e psicodelia dos Novos Baianos e o rock esotérico de Raul Seixas.
As novidades continuaram nos anos seguintes, com a explosão da discoteca, a fabricação de ídolos pelas gravadoras e o surgimento de artistas como Rita Lee, Frenéticas, Guilherme Arantes e Ritchie, entre outros.
Por meio de uma cuidadosa investigação jornalística, Pavões misteriosos recria esse período pouco analisado da cultura brasileira e traz à tona uma série de revelações sobre a música da época e seus personagens fascinantes.

O coração de Vadico era uma bomba-relógio sem tempo certo para explodir. Em 1953, após enfartar pela segunda vez, e dois meses internado em um hospital de Nova York, o médico lhe deu a sentença de morte: ele viveria de cinco a dez anos, no máximo. Para chegar ao limite desse prazo, deveria seguir uma dieta rigorosa. Fez o contrário e viveu como se não houvesse amanhã. No ano seguinte, regressou ao Brasil, depois de 14 anos longe do país, e passou a fumar e a beber exageradamente, e a varar as madrugadas ao piano em boates – em uma delas, tocou acompanhado de um crooner de 18 anos chamado Roberto Carlos. Durante o dia, fazia arranjos para discos memoráveis e viu músicas suas com parceiros como Vinicius de Moraes serem gravadas por cantores importantes. Enquanto tentava provar que tinha talento para ser bem mais que o mais brilhante e constante parceiro do maior sambista de todos os tempos, Noel Rosa, Vadico acusou o amigo e parceiro de vender, sem sua autorização, alguns dos sambas que fizeram juntos. Este livro comovente conta como tudo isso aconteceu.

O Raul que me contaram - A história do Maluco Beleza revisitada por um programa de TV pode ser encarado como uma biografia ou como uma série de entrevistas, mas acima de tudo é um relato pessoal sobre encontros com personagens que resgatam a jornada do cantor Raul Seixas pela vida. O livro traz na íntegra as conversas com Cláudio Roberto, Jerry Adriani, Marcelo Nova, Roberto Menescal, Marco Mazzola, Sylvio Passos, Jay Vaquer, Tânia Menna Barreto, Kika Seixas, Vivian Seixas, entre outros. Há também figuras pouco exploradas no universo raulseixista. O Dr. Luciano Stancka conta sobre o comportamento do seu paciente famoso e quando o encontrou morto na cama. A prima Heloisa Seixas relembra as “traquinagens” de Raul quando criança.

Raul Seixas por Ele Mesmo foi escrito a partir de entrevistas, letras de músicas, pensamentos e declarações do cantor, produzidos no curto percurso de sua vida, constituindo-se por isso curiosamente um livro autobiográfico, embora não escrito diretamente por Raul Seixas. Todo o material de pesquisa e sua organização foi realizado pelo fundador do Raul Rock Club/Raul Seixas Oficial Fã-Clube, Sylvio Passos, que foi grande amigo e companheiro do cantor.

Acompanhe as trajetórias dos cantores de maior sucesso da música brasileira das décadas de 1940 e 1950, a conhecida Era de Ouro. E descubra que, por trás das mais belas canções, escondem-se grandes histórias de homens que se dedicaram a uma paixão em comum: a música. Os reis da voz é uma homenagem não só a Francisco Alves, que ganhou este apelido por ter sido um grande sucesso nos rádios na década de 1950, mas também a todos os ícones de uma geração da música brasileira. As vozes e emoções desses cantores chegavam ao público através das ondas do rádio, se alastrando pelo país e conquistando corações. Esta obra reúne um pouco da vida desses grandes nomes e traz também um CD com interpretações únicas de canções das quais com certeza você se lembrará e se emocionará.

"Mais grave! Mais agudo! Mais eco! Mais retorno! Mais tudo!". O grito de guerra ainda ecoa nas festas, vivo nas canções de Tim Maia. Transgressor, amoroso e debochado, o cantor que gostava de se definir como "preto, gordo e cafajeste" se consagrou como um dos artistas mais queridos e respeitados da música brasileira, rei do "samba-soul".
No ano em que se completam dez anos de sua morte, a história de Tim Maia é resgatada em "Vale Tudo – O som e a fúria de Tim Maia", por um de seus amigos mais próximos, o jornalista, compositor e produtor musical Nelson Motta.
A biografia é uma viagem pela vida do cantor, a começar pela infância e juventude, no bairro carioca da Tijuca. É o próprio Tim quem dá o tom bem-humorado da narrativa: "No dia 28 de setembro de 1942, na rua Afonso Pena 24, minha mãe, Maria Imaculada, concebeu o gordinho mais simpático da Tiju-ca. E recebi o nome de Sebastião Rodrigues Maia".
Nelson conta que a amizade com Tim começou em 1969, quando pro-duziu para o disco de Elis Regina o dueto que apresentou ao mundo o vozeirão do cantor. Por isso, é testemunha de histórias incríveis, como as aventuras vivi-das nos Estados Unidos. A viagem não terminou bem: Tim voltou ao Brasil deportado, acusado de roubar um carro e de portar substâncias ilegais.

Seu Jorge é ator, cantor, compositor. Seu Jorge é, sobretudo, SEU. Este livro é um tributo feito com carinho para os fãs de Jorge Mário da Silva e de sua história de vida – conta acertos, discute passagens polêmicas e oferece uma visão equilibrada de um artista que ajudou a reanimar a música popular brasileira e provou que perseverar é conseguir.


Jorge é diferente e tirou da dura vida na Baixada Fluminense e nas ruas da Zona Norte do Rio de Janeiro a sua marca de determinação e de expressão política. Jorge Mário se dedicou a construir uma carreira como Seu Jorge, apelido que lhe foi dado por Marcelo Yuka (ex-baterista de O Rappa). Sua trajetória é repleta de êxitos aqui e no exterior.


Em depoimentos ao autor e à mídia, Jorge oferece a sua versão para os fatos, conta a sua história e mostra alguns percalços pelos quais passou, mas que não lhe roubaram a coragem e a garra tão peculiares. O livro contém vasta pesquisa em reportagens publicadas sobre Seu Jorge na última década.

Entre os grandes nomes do show business, ele é um dos mais autênticos e originais. O percurso foi árduo e lhe deixou marcas que nunca renegou – estão explícitas em sua biografia, discografia e filmografia: a infância pobre em uma favela, a desestruturação da família, a vida como sem-teto e a aproximação com a música por meio dos pagodes e dos bailes-charme.

Jorge é um trabalhador que fez da arte sua sobrevivência. Já estava escrito na primeira canção de seu primeiro grupo: “Não se sinta um derrotado e lute pra sobreviver”.

Em 1972, o estudante de arquitetura Gérson Conrad e o jovem jornalista joão ricardo buscavam um vocalista para a banda que acabavam de formar. Unidos pelo amor ao rock, os dois amigos tinham uma estratégia para burlar a censura militar: musicar poemas de autores consagrados, como Manoel Bandeira e Vinicius de Moraes. Uma amiga em comum apresentou-os a um jovem ator que vivia no rio de janeiro. O encontro com Ney Matogrosso não daria apenas origem ao secos e molhados, mas poria em curso uma pequena revolução na cultura nacional. Em sintonia com o que acontecia nos palcos londrinos e nova-iorquinos, a banda combinava de forma inédita, e até hoje inovadora, a antropofagia musical, a androginia e o lúdico da cultura, importunando com sua ousadia a moral conservadora e questionando os limites do que era política sob a ótica até da própria classe artística de esquerda. Baseado em intensa pesquisa histórica e depoimentos inéditos, primavera nos dentes reconstrói os bastidores desse fenômeno da mpb cujos recordes ainda hoje custam a ser superados. Enriquecido com fotos raras, traz a história dos integrantes do grupo, mas também do mundo cultural da época, oferecendo um delicioso retrato de um dos momentos mais vibrantes da cultura brasileira.


Aquele não seria apenas o maior grupo do rock brasileiro em 1973: o intrépido trio formado por Ney Matogrosso, João Ricardo e Gerson Conrad, que acabara de lançar seu primeiro LP, foi muito além: brilhou como uma supernova nas rádios e na TV, ao som de "Sangue latino" e "O vira". A performance misturava teatro, poesia, androginia e contracultura e conectava-se a um público heterogêneo — filhos, pais e avós —, algo impensável em meio ao pesadelo do governo militar; a música, influenciada por rock'n'roll, blues, folk, MPB e poesia, provocava o establishment com overdoses de inteligência, imaginação, ironia e ternura. O Secos & Molhados tornou-se um fenômeno cultural e comportamental – sua arte e trajetória extraordinárias reverberam até hoje.

No ano em que se comemora o centenário do samba, o jornalista e crítico musical Tárik de Souza aborda um de seus ramais menos estudados. Sambalanço, a Bossa Que Dança – Um Mosaico, nasceu após mais de 15 anos de pesquisas sobre este estilo musical que brotou, em paralelo com o movimento bossa nova, e disseminou-se pelos repertórios de sucessos de Djalma Ferreira, Ed Lincoln, Miltinho, Elza Soares, Orlandivo, Pedrinho Rodrigues, Dóris Monteiro, um seleto elenco de compositores (Haroldo Barbosa, Luis Reis, João Roberto Kelly, Luis Antonio, Luiz Bandeira, Helton Menezes e até mesmo Carlos Imperial, Roberto e Erasmo Carlos) e um arsenal de afiados músicos (Durval Ferreira, Marcio Montarroyos, Rubens Bassini, Jadir de Castro, João Donato, Waltel Branco, Celso Murilo, Eumir Deodato, Lafayete). A partir de um ensaio encomendado pelo violeiro e professor Ivan Vilela ao crítico para uma edição sobre música brasileira da Revista USP esta tese veio a público. O gênero que tomaria de assalto as paradas de sucesso do Brasil nas décadas de 50 e 60, é retratado agora de forma definitiva na obra lançada pela gravadora e editora Kuarup, com prefácio do historiador e crítico musical Zuza Homem de Mello. O livro descreve e desvenda o movimento musical não organizado de uma época regida por urbanização vertiginosa, para alguns retratada apenas pela revolução intelectualizada da bossa nova. O pesquisador carioca reforça o argumento da tese sobre o gênero abordada na série Sambalanço, projeto musical que aconteceu, em 2003, no CCBB (Centro Cultural Banco do Brasil) do Rio de Janeiro, produzido pelo músico e historiador Henrique Cazes, com a presença dos artistas Elza Soares, Miltinho, Orlandivo, Durval Ferreira, Dóris Monteiro, Claudette Soares e, numa raríssima e derradeira aparição Ed Lincoln. A série foi filmada pelo cineasta Fabiano Maciel, parceiro de Tárik de Souza no longa homônimo a ser lançado em 2017 e também em entrevistas do livro revelador

Depois da aclamada trilogia biográfica de Getúlio Vargas, Lira Neto se lançou ao desafio de contar a história do samba urbano. Em sua nova empreitada (de fôlego!), o escritor cearense pretende retraçar, com sua verve narrativa singular, o percurso completo desse ritmo sincopado que é um dos sinônimos da brasilidade. Em virtude da riqueza e da amplitude do material compilado, recheado de documentos inéditos e registros fotográficos, o projeto será desdobrado em três volumes - neste primeiro, Lira leva o leitor das origens do samba até o desfile inicial das escolas de samba no Rio. O samba carioca nasceu no início do século XX a partir da gradativa adaptação do samba rural do Recôncavo baiano ao ambiente urbano da então capital federal. Descendente das batidas afro-brasileiras, mas igualmente devedor da polca dançante, o gênero encontrou terreno fértil nos festejos do Carnaval de rua. Nas décadas de 1920 e 1930, com o aprimoramento do mercado fonográfico e da radiodifusão, consolidou seu duradouro sucesso popular, simbolizado pelo surgimento das primeiras estrelas do gênero e pela fundação das escolas de samba.

A história da música brasileira e da Bossa Nova passa pelo piano e o talento de Tom Jobim. Canções como Garota de Ipanema, Chega de Saudade, Retrato em Branco e Preto, Águas de Março e outras, foram compostas por ele em parceria com célebres nomes, dentre os quais Newton Mendonça, Chico Buarque e Vinicius de Moraes - poeta, amigo e 'irmão de copo'. Neste quarto volume da coleção Histórias de Canções, pretende-se apresentar a trajetória de Tom Jobim por meio de curiosidades sobre as músicas que o tornaram famoso e admirado em todo o mundo.

Tom Jobim foi mais que um nome da música popular. Ao compositor, músico e orquestrador, reconhecido mundialmente, somava-se uma personalidade tão fascinante e multifacetada como sua obra. De sua atilada inteligência saíram observações definitivas sobre o Brasil e seus costumes. Nesta biografia de Antonio Carlos Jobim, seu amigo e jornalista Sérgio Cabral aproxima o leitor do universo desse 'maestro soberano'.

Este livro convida os leitores a descobrirem fatos sobre Toquinho. O músico e compositor brasileiro abre o baú e revela fotos e histórias das parcerias que conquistou em sua carreira e do processo criativo. Baden Powel, Paulo César Pinheiro, Belchior e, principalmente, Vinícius de Moraes são alguns dos personagens desta obra.

Testemunha ocular do Dia D, desertor da Guerra na Argélia, confeiteiro em Paris, executivo da Odeon, Phonogram e WEA, pioneiro na iniciativa de análises qualitativas de mercado, negociador da libertação do publicitário Washington Olivetto. A autobiografia de André Midani é mais do que um depoimento de quem desde a década de 50 observa sob um ângulo privilegiado os bastidores do mercado musical brasileiro. Além de viver alguns dos grandes momentos da história, Midani participou ativamente do nascimento da Bossa Nova, da Tropicália e do rock nacional, dos grandes festivais de música e das fantásticas jogadas de marketing das gravadoras para projetar seus ídolos.


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